Léo Índio também criticou o PL e os partidos de direita Reprodução / Redes sociais

Cerca de um mês após se tornar réu por tentativa de golpe, Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, sobrinho de Bolsonaro, afirmou que fugiu para a Argentina. Em uma entrevista à rádio paranaense Massa FM, ele explicou que a fuga foi motivada pelos avanços do Supremo Tribunal Federal (STF). Léo Índio também aproveitou para criticar o PL e os partidos de direita.
Na entrevista, Léo Índio diz que já está no país vizinho há 22 dias e pediu asilo por "perseguição política".
"Infelizmente, eu acho que não existe prioridade, por mais que eu tenha escutado isso o tempo inteiro. 'Ah, é prioridade da direita, do PL, dos partidos aliados, pautar a anistia'. Prioridade? São dois anos! Eu não passei pelo 'momento de cadeia' mas aqui tem pessoas que 'passaram pelo momento de cadeia'. Fugiram, tiveram a oportunidade de fugir", completou. De acordo com ele, há mais de 500 "exilados" na Argentina.
Léo Índio minimizou sua participação nos eventos de 8 de janeiro, alegando que foi incluído no processo apenas por tirar uma selfie na Praça dos Três Poderes. "Não houve nenhuma imagem que me colocasse e me enquadrasse em nenhum desses crimes", afirmou.
Primeira Turma do STF tem maioria para manter Léo Índio réu
No dia 28 de fevereiro, a Primeira Turma do STF aceitou, por unanimidade, a denúncia contra Léo Índio, tornando-o réu por sua participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes. Nesta quinta-feira (27), a mesma Turma decidiu, por maioria, negar o recurso da defesa e confirmou a decisão que o tornou réu pelos mesmos atos.
Léo Índio foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por cinco crimes. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a denúncia por unanimidade. A defesa de Léo Índio contestou a competência do STF para julgar o caso, alegando que o ex-assessor parlamentar não possui foro especial. O argumento foi rejeitado pelo relator, Alexandre de Moraes, com o apoio dos ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

O recurso é julgado no plenário virtual, modalidade em que os ministros depositam os votos de forma eletrônica no sistema da Corte.
Léo Índio foi investigado na Operação Lesa Pátria, conduzida pela Polícia Federal (PF), por sua participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), existem evidências de que Léo "atuou como incitador e executor dos atos antidemocráticos" e "contribuiu dolosamente para a prática das condutas criminosas" durante o ataque aos Três Poderes.
Leonardo disputou as eleições de 2022 para deputado distrital pelo PL, usando o nome de urna "Léo Índio Bolsonaro", mas recebeu apenas 1.801 votos e não foi eleito. Na época, declarou não possuir bens. Já em 2024, concorreu pelo PP ao cargo de vereador em Cascavel, no Paraná, sob o nome de urna "Léo Bolsonaro". Declarou um patrimônio de R$ 5 mil em espécie, mas obteve apenas 739 votos e novamente não conseguiu se eleger.
*Com informações da Agência Estado