O endocrinologista Marcio Krakauer colocou o sensor no ator Babu SantanaDivulgação
Veja como o equipamento funciona
Gerente de marketing da Roche no Brasil há 16 anos, Vanessa Brito explica como funciona o CGM. "É um sensor de glicose que funciona por 14 dias e tem comunicação Bluetooth. A gente vai trabalhar a princípio para pacientes acima de 18 anos. Ele se comunica com o Smart Guide App que recebe as informações do sensor via Bluetooth. Vai receber todas as informações do sensor de glicose e todas as informações como variabilidade glicêmica como setas de tendência e alarmes. Só que o grande diferencial da tecnologia é o aplicativo de previsão. São dois aplicativos que quando você passa a interagir eles se comunicam entre eles".
Depoimentos de quem convive com a doença
Após a explanação dos dois, houve um debate do qual participaram o médico, a psicóloga Priscila Pecoli, os atores Babu Santana, de 45 anos, Drico Alves, de 22, e a influenciadora Duda Dantas, de 26, esses três com diabetes. O ator Babu Santana descobriu a doença há cinco anos, pouco depois de sair do reality show. "Foi um Big Brother que chamou muita atenção. Então eu peguei muitas marcas, muito tudo. E eram 10 produtos por dia. A gente parava para comer uma pizza e tomar refrigerante. Comecei a perceber que acordava muito para urinar. E com a boca muito seca. Eu tomava três litros de água e a minha sede não passava. Pensei que fosse Covid, mas não era. Sentia cansaço, cãibra. Quando eu falei cãibra, ele ficou preocupado, que já era sinal da situação. Acabou que fiquei internado e descobri a doença".
Dificuldade de previsão
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A influenciadora Helena Paradela conta como o produto irá melhorar sua vida. "Hoje em dia eu uso bomba de insulina e mesmo assim tenho, dificuldade de ter uma previsão de como a nossa glicose vai ficar, principalmente à noite. Eu acho que a coisa mais emergencial que todo diabético passa é a hipoglicemia noturna porque às vezes a gente está dormindo e não sabe quando precisará de um açúcar, de um carboidrato para elevar a glicose. E ter um sensor que prevê como a nossa glicose vai ficar, prevê hipoglicemias, hiperglicemias. Se a nossa glicose vai estar estável ou não é muito importante. "Fiquei impressionada com toda a tecnologia que envolve o sensor e como isso pode melhorar a vida do diabético", diz ela, que descobriu a doença quando tinha apenas oito anos.
Muita responsabilidade para cuidar
A também influenciadora e nutricionista Larissa Faleiro de Moraes tem diabetes desde os 19 anos e diz que foi muito ruim quando soube do diagnóstico. "Foi muito difícil porque eu já tinha outras doenças autoimune. Então, a primeira que eu acabei descobrindo foi vitiligo. Depois, tireoidite de Hashimoto, doença celíaca e diabetes tipo 1. Então, quando eu descobri diabetes tipo 1, que foi a última, foi muito difícil porque era um contexto já autoimune muito grande para lidar com isso com 19 anos, é muita responsabilidade para cuidar. No início, eu me culpava muito achando que tinha sido algo que eu fiz. Por que comigo?".
Bailarina do Theatro Municipal trata diabetes no Luiz Capliglione
Como só tem 17 anos, a bailarina Carolina Gomes da Silva, do Theatro Municipal, ainda não pode usar o sensor. Mas o seu equilíbrio, ao ficar na ponta dos pés para executar sua dança, é o mesmo que ela precisa na vida para controlar o diabetes tipo 1. Em tratamento no Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capliglione (IEDE), no Rio, ela buscou ajuda para reduzir a glicemia que já chegou a 236 mg/dL.
Panorama de diabetes no Brasil e no mundo com dados do IDF - Federação Internacional de Diabetes - 2023
- 240 milhões de casos não diagnosticados
- 16,8 milhões de brasileiros com diabetes
- US$ 966 bilhões em gastos globais com diabetes
O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune crônica. Ela faz com que o sistema imunológico ataque e destrua as células do pâncreas que produzem insulina, resultando na incapacidade do corpo de produzir esse hormônio essencial. A reposição é feita com aplicação diária de insulina e o monitoramento regular da taxa de açúcar no sangue, com o propósito de controlar os sintomas e prevenir complicações, como problemas oculares, renais e cardiovasculares.
O diabetes tipo 2 é uma doença crônica que ocorre quando o corpo não usa a insulina adequadamente (resistência à insulina) ou não produz insulina suficiente. Isso causa níveis elevados de açúcar no sangue (hiperglicemia) e está associado a fatores como sobrepeso, sedentarismo e má alimentação. Os sintomas incluem sede excessiva, fome, aumento da micção, e o tratamento geralmente envolve mudanças no estilo de vida, medicamentos e acompanhamento médico.







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