Governo do Paraná decretou luto oficial de três dias em memória às vítimasReprodução/ redes sociais

As seis vítimas que morreram durante a passagem de um tornado no Paraná foram veladas e sepultadas ao longo deste domingo (9). O governo do estado decretou luto oficial de três dias em memória às vítimas.

Pela manhã, Adriane Maria de Moura, de 47 anos, foi sepultada em Sulina. José Neri Geremias, de 53 anos, foi enterrado em Guarapuava. Já José Gieteski, de 83 anos, Claudino Paulino Risso, de 57 anos, Jurandir Nogueira Ferreira, de 49 anos, e Júlia Kwapis, de 14 anos, foram sepultados em Rio Bonito do Iguaçu.

Rio Bonito do Iguaçu teve 90% dos imóveis destruídos por um tornado no fim da tarde da última sexta-feira (7). Além das mortes, mais de 750 pessoas ficaram feridas.
Mais de mil moradores ficaram desalojados e abrigos emergenciais começaram a ser montados com o apoio de cidades próximas. 
Paraná foi atingido por três tornados
Na manhã desta segunda-feira (10), o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) confirmou que três tornados com ventos de até 330 km/h atingiram cidades da região central do estado. Ainda há outras suspeitas em análise.
Segundo o Simepar, as condições atmosféricas, com "grande aporte de calor e umidade, além da intensificação e mudança na direção dos ventos com a altura", criaram um ambiente favorável à formação de tempestades severas e tornados no Estado.
Por volta das 18h, uma tempestade supercelular atingiu Rio Bonito do Iguaçu, provocando danos significativos na área urbana. Foi um tornado de categoria F3 na escala Fujita, com ventos estimados entre 300 km/h e 330 km/h.
Na sequência, outras duas tempestades severas também geraram tornados. Uma foi em Guarapuava, especialmente na região do distrito de Entre Rios, classificada como F2, com ventos próximos de 250 km/h.
Outra aconteceu em Turvo, ao sul da área urbana central, também classificada como F2, com ventos ao redor de 200 km/h.
O cenário é descrito como de destruição quase completa. O governo do Paraná anunciou que mais de 30 equipamentos, entre escavadeiras, caminhões e tratores, estão sendo usados para desobstruir vias, remover destroços e reorganizar os espaços públicos.
Ciclone extratropical 

O tornado ocorreu no momento em que um ciclone extratropical avançava pelo sul e sudeste do Brasil.

Houve "um ciclone, que é uma área enorme de baixa pressão atmosférica. Essa área em si já pode provocar chuva excessiva, vento forte (...) Tinha uma corrente de vento forte em níveis baixos da atmosfera que favorecem as rotações, um grande contraste de temperatura. Então, havia toda uma condição especial na atmosfera que favorecia essa severidade", explicou o meteorologista Estael Sias, da Metsul.

Segundo o especialista, os tornados não são tão comuns no Brasil quanto em algumas regiões dos Estados Unidos, mas não são raros no sul do país.

Devido ao ciclone, o Rio de Janeiro e São Paulo também elevaram seus níveis de alerta para ventos fortes e chuvas, e as autoridades pediram que a população evitasse mudanças.

Em 2024, inundações sem precedentes atingiram o sul do país, deixando mais de 200 mortos e 2 milhões de pessoas afetadas, uma pior das catástrofes naturais da história recente do Brasil.

Especialistas associaram esses eventos às mudanças climáticas. No entanto, ainda não há consenso científico sobre o impacto do aquecimento global na ocorrência de tornados, uma característica meteorológica localizada e de difícil estudo.
*Com informações da AFP