Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comemoram a aprovação do projetoSergio Lima / AFP

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (10), o projeto de lei que reduz as penas de envolvidos nos ataques do 8 de Janeiro e que pode beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A proposta agora vai tramitar no Senado.
Foram 291 votos a favor do PL da Dosimetria e 148 contrários, além de uma abstenção. Outros 72 deputados não compareceram à sessão.
Todos os 65 deputados do Partido dos Trabalhadores (PT) votaram contra a proposta, enquanto, no Partido Liberal (PL), de Jair Bolsonaro, 75 foram favoráveis ao projeto e apenas um votou contra: Osmar Terra, do Rio Grande do Sul.
Todos deputados presentes do PSOL (12 votos), PCdoB (9 votos), PV (3 votos) e Rede (3 votos) votaram contra a proposta. Já os parlamentares presentes do PRD (5 votos), Novo (5 votos) e Cidadania (3 votos), aprovaram o projeto.
A maioria dos parlamentares presentes do União Brasil (47 a favor e 4 contra), do PP (39 a favor e 2 contra), do PSD (24 a favor e 12 contra), Republicanos (32 a favor e 2 contra), do MDB (25 a favor e 5 contra), do Podemos (14 votos a favor e 1 contra), Avante (6 a favor e 1 contra) e Solidariedade (4 a favor e 1 contra) votou pela aprovação.
O PDT e PSB tiveram a maioria dos seus deputados contrários à proposta. No primeiro, 13 votaram contra e apenas um a favor. No segundo, foram 12 contrários e somente um favorável.
O Projeto de Lei da Dosimetria vai tramitar no Senado e, segundo o presidente da casa, Hugo Motta, deve ser votado ainda neste ano. Caso seja aprovado, o texto segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pode optar pelo veto integral ou parcial do texto. 
Para visualizar como votou cada deputado, é possível acessar o site da Câmara dos Deputados e consultar a relação dos votantes da proposição PL Nº 2162/2023.
Repercussão
Políticos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comemoraram a aprovação do texto-base do projeto de lei que reduz as penas dos condenados por atos golpistas. Os parlamentares fizeram postagens nas redes sociais após o fim da sessão, na madrugada desta quarta-feira (10). 
A aprovação do projeto, por outro lado, gerou revolta e críticas entre políticos de esquerda. A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), por exemplo, afirmou que a direita não aceita as condenações de seus representantes.
"A qualquer sinal de que um político do Centrão ou da direita será responsabilizado pelos seus atos ou sua corrupção, correm para alterar as regras do jogo. Mudam as leis, a Constituição, atacam a Justiça e tentam impedir qualquer forma de investigação", declarou.