Glauber Braga comemora com aliadosBruno Spada/Agência Câmara de Notícias
Lideranças do PSOL dizem que as negociações por um texto alternativo se alongaram pela manhã. Parlamentares da sigla relatam que há um certo desconforto do Centrão em aprovar essa cassação.
"Essa é a saída política, responsável, que fortalece o Parlamento", afirmou o deputado Alencar Santana (PT-SP), vice-líder do governo.
O deputado Zé Trovão (PL-SC) acusou o secretário especial de assuntos parlamentares, André Ceciliano, de telefonar para deputados oferecendo emendas para impedir a cassação de Glauber. "Isso é uma injúria", respondeu o governista Hildo Rocha (MDB-MA), que ameaçou apresentar representação contra Trovão no Conselho de Ética.
Glauber discursou por 25 minutos em defesa do seu mandato. "Sobre o que aconteceu, eu confesso para os senhores e senhoras: para defender a minha família, eu sou capaz de muito mais", afirmou. "Para defender a minha família, um chute na bunda é nada."
Todas as principais movimentações do processo ocorreram neste ano. Glauber chegou a fazer uma greve de fome em abril, logo após o Conselho de Ética aprovar a sua cassação. Ele ocupou um plenário da comissão e fazia apenas a ingestão de água, soro fisiológico e isotônico durante a greve, que durou nove dias.
A greve foi encerrada após um acordo com Motta, que prometeu que votaria a cassação apenas no segundo semestre deste ano.
Kim Kataguiri (União-SP), integrante do MBL, pediu pela cassação de Glauber. "Se a gente vai normalizar dar um chute em outra pessoa, essa será a nova regra?", questionou. "Ele (Glauber) transformou todo o processo de cassação em palanque político." Depois, mudou o posicionamento, e se pronunciou favoravelmente à suspensão por seis meses.
O relator do processo que pediu a cassação de Glauber, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), já agrediu um jornalista na Câmara e não foi punido. Há 24 anos, ele deu um pontapé em um profissional que denunciou em livro o tio do parlamentar, o ex-governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães.
No dia 4 de abril de 2001, o jornalista Maneca Muniz lançava, no corredor das comissões da Câmara, um livro chamado As veias abertas do carlismo, onde detalhava escândalos de corrupção do tio de Magalhães.
O parlamentar, que na época era do PFL (que se tornou DEM e agora é o União Brasil), arrancou um varal onde estavam expostos trechos da obra e deu um pontapé em Muniz, que revidou com um soco.

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