Movimento de Mulheres Rede social
Movimento de Mulheres ocupa prédio em Cabo Frio para acolher vítimas de violência
Ação, realizada em propriedade da prefeitura que estaria abandonada há mais de uma década, tem como objetivo dar início à Casa de Referência Inês Etienne Romeu
Na manhã deste sábado (25), o Movimento de Mulheres Olga Benario realizou uma ocupação pacífica em Cabo Frio, Rua Itajuru, Centro, dando início à Casa de Referência Inês Etienne Romeu. A ação, que começou na madrugada e prossegue, visa oferecer apoio e orientação a mulheres em situação de vulnerabilidade, além de facilitar a denúncia de violências sofridas.
Presentes no local, estão policiais militares, guardas da Romu e da Patrulha Maria da Penha Além destes, segundo informações, o controlador do município e Rafa Quilombola Fellove, que atua na prefeitura, foram até a ocupação e conversaram com Chantal, uma das organizadoras.
Relatos apontam que a prefeita Magdala teria pedido que o grupo abrisse uma mesa de negociação sobre o assunto numa reunião no gabinete. A casa, que pertence à Prefeitura Municipal de Cabo Frio, estaria abandonada há mais de uma década e não cumpria função social.
A escolha do nome da casa homenageia Inês Etienne Romeu, única sobrevivente da Casa da Morte, centro de tortura da ditadura em Petrópolis, e última presa política liberada no Brasil após 96 dias de tortura. A ocupação acontece no Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, marcando a primeira ação do tipo do movimento no interior do Rio de Janeiro.
O objetivo é chamar a atenção para os altos índices de violência contra as mulheres na Região dos Lagos, que, conforme dados oficiais, tornou-se a segunda região com mais casos no estado do Rio de Janeiro. Somente em Cabo Frio, o ano passado registrou 71 denúncias de estupro e 151 vítimas de violência física. O Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM) contabilizou 800 casos de violência contra a mulher no mesmo período.
A ocupação busca chamar atenção para a violência de gênero e a carência de políticas públicas efetivas na região.
Pétala Cormann, coordenadora do Movimento na área, ressalta que a iniciativa também visa cobrar respostas do poder público para casos não solucionados.
“A ocupação também serve para honrar a memória das vítimas de feminicídio e cobrar por uma resolução dos casos que ainda não tem resposta por parte do poder público, deixando famílias inteiras desoladas enquanto os assassinos ainda estão a solta, como é o caso da jovem Ana Carolina dos Santos, estudante de apenas 18 anos que foi morta a caminho do trabalho” afirma.
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