Em Campos o movimento foi organizado pelo Sindicato dos Bancários, na Praça São Salvador Foto Divulgação

Campos – “Uma taxa de juros a 13,75% não vai deixar o país crescer, não vai gerar empregos”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários de Campos dos Goytacazes e Região, Rafanele Alves Pereira; ele compara que “país nenhum no mundo pratica essa taxa tão alta, só o Brasil”.
A entidade aderiu ao Dia de Luta - organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), demais centrais sindicais e movimentos populares -, nesta terça-feira (21), realizando, no centro da cidade, um ato pela redução da taxa básica de juros, a Selic.
A taxa é praticada pelo Banco Central (BC), e atualmente está em 13,75% ao ano; sindicalistas e os representantes dos movimentos populares também propõem a democratização do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (CARF).
Na opinião de Rafanele, a alta da taxa de juros paralisa a economia e impede o país de crescer e gerar emprego decente, de distribuir renda e facilitar o acesso ao crédito: “o CARF precisa ter participação popular para reduzir sonegação de empresas e aplicar recursos em investimentos em áreas como saúde, educação, infraestrutura e programas sociais”, pontua.
Um material informativo para esclarecer à população os impactos dos juros na vida dos brasileiros foi distribuído durante o ato de Campos. Rafanele cita como exemplo que juros altos favorecem quem já tem dinheiro investido, dificulta o acesso ao crédito: “consequentemente reduz o consumo, trava a economia, deixa o governo sem recursos para políticas sociais e ainda aumenta a dívida dos que já estão endividados”.
O presidente do sindicato entende que é papel do sindicato dialogar com a população: “só em 2021, o Brasil pagou R$ 586,4 bilhões de juros, o que corresponde a aproximadamente 6% do PIB (Produto Interno Bruto); significa que 6% de toda riqueza gerada no país foram destinados aos endinheirados portadores de títulos públicos federais”.
“O governo, em vez de investir em educação e saúde, gasta com juros”, reclama o sindicalista; ele compara que países que estão garantindo crescimento como Estados Unidos, Suíça e Japão têm taxas de juros reais negativas; “já o Brasil tem a taxa de juros mais alta do mundo; não há nenhuma justificativa para isso uma vez que o país não está sob ameaça de crescimento da inflação”.