Em foto-ilustrativa, o Ministério Público chama atenção para os mandados contra a organização criminosa Foto MPE-RJ/Divulgação

Campos – Uma organização criminosa responsável por furtar combustível através da perfuração e da retirada direta dos oleodutos da Transpetro está na mira do O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPE-RJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
A atuação dos criminosos tem ramificação em vários outros estados e a operação do MPE conta com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) do órgão; dos Gaecos de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Espírito Santo; e da Transpetro.
Nesta quarta-feira, vários mandados foram cumpridos simultaneamente em diversos estados. No Rio de Janeiro, a operação aconteceu em Campos dos Goytacazes, Bom Jesus do Itabapoana, São Fidelis, Sapucaia, Cabo Frio, Macaé, Quissamã, Pinheiral, Carapebus, São João de Meriti, São Gonçalo, e Nova Friburgo, além dos bairros do Centro e Campo Grande, na capital.
Os mandados foram expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa e da Auditoria da Polícia Militar; a Polícia Civil do Rio, por meio da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD), também participou da operação chamada de “Exagogi” (que significa extração em grego),
Estão denunciadas à Justiça 27 pessoas pelos crimes de furto qualificado, organização criminosa e corrupção. Entre eles três irmãos, apontados como líderes da organização, responsável por manter contato com os demais operadores do esquema, realizar pagamentos e organizar cada evento criminoso.
IDENTIFICADOS - Segundo o MPE, um policial militar seria o “braço armado” da organização criminosa, responsável por informar as oportunidades em que o crime pode ser executado com menor vigilância policial. Todos estão identificados e foram alvos das ações acontecidas nesta quarta-feira.
Faz parte do esquema um especialista em emitir notas fiscais e outros documentos essenciais ao transporte do óleo furtado; era ele quem prestava consultoria sobre os materiais necessários para a derivação clandestina, “tendo em vista seus conhecimentos técnicos obtidos na época em que trabalhava na empresa Vale do Rio Doce”.
As autoridades descobriram que “os criminosos compram pela internet o material necessário para as derivações clandestinas, valendo-se de instrumentos de qualidade duvidosa, mangueiras inadequadas e indivíduos sem especialização para realizar as incisões nos dutos e retirar o material”.
Em postagem no site oficial, o MPE pontua que, “além do dano ambiental e patrimonial, causado pela subtração de petróleo, há o dano material consubstanciado na reparação dos dutos pela equipe da Transpetro, de valor mais alto e de tempo muito elevado; a cada identificação de derivação clandestina há suspensão da atividade, como forma de minimizar os riscos de acidente”.