Fernando Mansur - colunistaSABRINA NICOLAZZI
Em “A brevidade da vida” (Ed. L&PM Pocket), o filósofo estoico Sêneca nos convida a refletir sobre a maneira como utilizamos nosso tempo. O que ele escreveu há dois mil anos é de uma atualidade desconcertante, mostrando como é lenta a evolução dos aspectos mais elevados do ser humano.
“Pequena é a parte da vida que vivemos, pois todo o restante não é vida, mas somente tempo.” Esta frase merece ser lida e relida.
“Pequena é a parte da vida que vivemos, pois todo o restante não é vida, mas somente tempo.” Esta frase merece ser lida e relida.
Todo homem/mulher merece respeito, mas esse respeito não deve ser maior apenas por causa dos cabelos brancos: “Não julgues que alguém viveu muito por causa de suas rugas e cabelos brancos: ele não viveu muito, apenas existiu por muito tempo”. E é triste quando alguém se dá conta desse desperdício.
Para Sêneca – assim como para outros filósofos – o maior impedimento para o viver é a expectativa: “Ela nos leva para o amanhã e faz com que se perca o presente”.
Com a sutileza de uma brisa, a velhice fica mais próxima todos os dias e não devemos deixar que ela nos pegue despreparados. Nenhum poder humano é capaz de deter o avanço do tempo.
Sêneca valoriza aquele que conquista o direito ao ócio; ócio aqui entendido como um voltar-se para dentro, para o interior, um tempo para si mesmo, para o autoconhecimento, para o estudo das grandes ideias universais, herança dos Mestres verdadeiros, cujo legado está ao nosso alcance:
“A não ser que sejamos muito ingratos, aqueles sábios fundadores das ideias sagradas nasceram para nos ajudar e nos preparar para a vida. Pelos seus esforços somos conduzidos das trevas para a luz, para as coisas mais belas e duradouras.”
“A não ser que sejamos muito ingratos, aqueles sábios fundadores das ideias sagradas nasceram para nos ajudar e nos preparar para a vida. Pelos seus esforços somos conduzidos das trevas para a luz, para as coisas mais belas e duradouras.”
Podemos exclamar: “Que felicidade, que bela velhice terá aquele que se propuser a ser um aluno deles!”
Este pequeno livro é um buquê ensinamentos preciosos. Sobre ele, o filósofo e escritor francês do século 18, Denis Diderot escreveu: “ Este tratado é lindo: recomento sua leitura a todos os homens”. E mulheres.
Podemos. Vamos!
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