Os chamados xifópagos, na perspectiva da doutrina dos espíritos, são geralmente dois espíritos que, ao longo de múltiplas existências, desenvolveram vínculos intensos, seja de afinidade ou de antagonismo.
A convivência forçada no mesmo corpo físico cria circunstâncias que favorecem o desenvolvimento da paciência, da solidariedade e, principalmente, do perdão. Podem ser espíritos afins que aceitam isso como uma prova difícil, ou podem ser desafetos que precisam reencontrar-se para superar traumas do passado.

A reencarnação nessas condições sempre carrega um propósito evolutivo. Há casos em que espíritos muito ligados entre si aproveitam a oportunidade desse tipo de reencarnação. Outros, contudo, que antes se afastariam por aversão, encontram nessa experiência um meio de aproximação e aprendizado.
Certas convivências difíceis podem ser justamente a oportunidade que o passado deixou em aberto.

Os gêmeos xifópagos são dois espíritos que, por terem fortes laços de ódio ou afinidade de vidas passadas, reencarnam dividindo o mesmo corpo físico. Essa condição permite que eles vivenciem juntos as consequências de suas ações passadas, aprendendo a lidar com suas diferenças e a desenvolver o amor e a compreensão.
Essa experiência pode ser vista como uma oportunidade de resgate e evolução espiritual, permitindo que os espíritos envolvidos se reconciliem e sigam em frente em sua jornada individual. A união física dos gêmeos xifópagos também pode representar um aprendizado para as pessoas ao seu redor, que podem desenvolver a compaixão e a solidariedade ao lidar com essa situação.
É importante ressaltar que a visão espírita não busca culpabilizar os pais ou os próprios gêmeos xifópagos por essa condição. Acredita-se que cada pessoa tem um caminho único a seguir e que todas as experiências são oportunidades de aprendizado e crescimento.

A separação cirúrgica de gêmeos xifópagos é um procedimento complexo e delicado. A decisão de realizar a cirurgia é sempre individualizada, levando em consideração diversos fatores como a condição geral de saúde dos gêmeos, o tipo de ligação entre eles, os órgãos compartilhados e os riscos envolvidos.
A decisão de realizar a cirurgia de separação é sempre um momento difícil para os pais e familiares, que precisam lidar com a incerteza e o medo. É fundamental que eles recebam todo o apoio médico, psicológico e social necessário para tomar a decisão mais adequada para seus filhos.
Em relação à visão espírita sobre a separação cirúrgica de gêmeos xifópagos, não há uma posição unânime. Alguns espíritas acreditam que a cirurgia pode ser vista como uma oportunidade de libertação para os espíritos envolvidos, permitindo que eles sigam seus caminhos individuais após cumprirem sua missão terrena. Outros defendem que a ligação física entre os gêmeos xifópagos faz parte do aprendizado e da evolução espiritual de ambos, e que a separação cirúrgica poderia interromper esse processo.

É importante ressaltar que a nossa visão não busca ditar regras ou julgar as decisões dos pais e dos médicos. Acredita-se que cada caso é único e que a decisão de realizar ou não a cirurgia deve ser tomada com base no amor, na compreensão e no respeito às necessidades dos gêmeos e de seus familiares.