Arte coluna Além da Vida 04 outubro 2025Arte Paulo Márcio

Nossa visão sobre a mente após uma parada cardíaca está intrinsecamente ligada aos conceitos de imortalidade da alma e Experiências de Quase Morte (EQM). Para nós, o ser humano é, fundamentalmente, um espírito que, temporariamente, habita um corpo físico. A mente ou a consciência não é apenas um produto do cérebro.
Durante uma parada cardíaca, o que ocorre é um quadro de quase-morte. O corpo físico se encontra em estado de extrema debilidade. O espírito passa por um processo de emancipação ou desprendimento parcial do corpo, mantendo-se ligado a ele por um laço fluídico chamado cordão de prata ou laço vital. É a separação parcial do espírito.
As Experiências de Quase Morte (EQM) frequentemente relatadas (visão de túnel, luz, encontro com entes queridos, sensação de paz, revisão da vida, saída do corpo), são interpretadas por todos nós, reencarnacionistas, como a prova de que a consciência e a mente continuam ativas mesmo quando o corpo físico está clinicamente inoperante. O espírito se vê fora do corpo e mantém a lucidez.
A mente, portanto, não cessa com a paralisação do coração e da atividade cerebral. Ela passa a funcionar através do perispírito (o corpo semimaterial que serve de elo entre o espírito e o corpo físico), ou em seu próprio estado de espírito, se o desprendimento for mais profundo.
Se a reanimação for bem-sucedida, o espírito é "atraído" de volta ao corpo físico, retomando a plenitude da vida orgânica e, consequentemente, o controle da mente através do cérebro. A lembrança da experiência (EQM) pode ser mais ou menos nítida, variando de pessoa para pessoa e do grau de desprendimento que ocorreu.
A forma como cada indivíduo vivencia esse estado de quase-morte pode variar e depende de alguns fatores: a evolução moral, por exemplo. Espíritos mais evoluídos e desapegados da matéria tendem a ter uma experiência mais serena, de paz e luz.
Pessoas muito apegadas aos bens materiais ou com grandes débitos morais podem ter experiências mais confusas, perturbadoras ou de sofrimento, sentindo-se presas ou desorientadas. A rapidez e as circunstâncias da parada (se houve dor, medo, inconsciência súbita) influenciam na facilidade ou dificuldade do desprendimento e, consequentemente, na lucidez e no tipo de experiência mental.
Em suma, a parada cardíaca, mesmo que por um breve período, é uma antevisão do processo de desencarne, e a mente demonstra sua independência em relação à matéria. A mente é uma manifestação do espírito imortal.