Arte coluna Além da Vida 13 setembro 2025Arte Paulo Márcio

O Projeto December é um conceito fascinante e, para muitos, perturbador. Trata-se de uma simulação imersiva que busca recriar as experiências, sensações e emoções que, segundo relatos, ocorrem nos momentos finais da vida. O objetivo principal não é apenas assustar, mas sim proporcionar uma oportunidade para que as pessoas reflitam sobre a morte e, consequentemente, sobre a vida.
A simulação geralmente utiliza tecnologias como a realidade virtual e feedback tátil para criar uma experiência sensorial completa. A ideia é que a pessoa "morra" na simulação e passe por diferentes fases, como a sensação de desapego do corpo, a percepção de uma luz no fim do túnel e a revisão de momentos importantes de sua vida.
Embora o conceito possa parecer mórbido, ele levanta questões profundas sobre nossa relação com a finitude. Ao confrontar a ideia da morte de forma segura e controlada, a simulação pode, por exemplo, reduzir o medo da morte, já que a exposição controlada pode ajudar a dessensibilizar o indivíduo e tornar o tema menos assustador.
A simulação da morte também promove a reflexão sobre a vida. Ao ser forçada a revisitar momentos importantes, a pessoa é incentivada a pensar sobre suas escolhas, valores e prioridades. E por que não melhorar a qualidade de vida? Afinal, entender que a vida é finita pode motivar as pessoas a viverem de forma mais plena e significativa, aproveitando o tempo que têm.
O Projeto December não é apenas uma atração de entretenimento. É uma ferramenta psicológica e filosófica que nos convida a enfrentar a nossa própria mortalidade. O que você acha da ideia de simular a própria morte?
No @espiritasdoinsta, o assunto também foi abordado, lembrando que nos últimos meses, o mundo tem comentado experiências inusitadas como a do Project December, plataforma que, por poucos dólares, cria chatbots capazes de simular entes queridos já falecidos. Um exemplo famoso foi o de Joshua Barbeau, que passou uma noite inteira conversando com uma “versão digital” de sua noiva.

Os pesquisadores alertam: até onde isso pode ir? Podem confundir emoções? Prolongar o luto? Gerar dependência psicológica? Será que isso aproxima o ente querido ou apenas cria uma ilusão? O contato com os desencarnados, quando possível, ocorre sempre por iniciativa deles, e nunca de nós para lá. A psicografia legítima é um intercâmbio autorizado pela espiritualidade, realizado por médiuns preparados e em ambientes de seriedade e respeito.

Por isso, a recomendação é de máxima cautela. Conversar com uma máquina que imita memórias pode gerar consolo momentâneo, mas não substitui a comunicação autêntica e, pior, pode desviar da realidade espiritual. E não custa lembrar: as comunicações sérias sempre são conduzidas de lá para cá.