Arte Coluna Alem da Vida 30 Agosto 2025Arte Paulo Márcio

Na nossa visão, a dos que creem na reencarnação e na comunicação com as entidades que já não estão mais entre nós, a desigualdade social no mundo não é um acidente ou uma injustiça divina, mas sim um reflexo do estágio evolutivo da humanidade. É uma consequência natural das nossas escolhas, tanto do presente, quanto em vidas passadas.
A principal explicação para a desigualdade social está ligada à reencarnação e à lei de causa e efeito (também conhecida como carma). A vida atual é o resultado de vidas passadas. Já que a condição em que um espírito reencarna — seja em uma família rica ou pobre, com saúde ou doença, em um país desenvolvido ou em guerra — não é aleatória.

É uma oportunidade de aprendizado e de reparação. Um espírito que no passado usou mal sua riqueza, por exemplo, pode reencarnar na pobreza para aprender a humildade, a resiliência e a solidariedade.
As dificuldades impostas pela desigualdade, como a escassez, a fome e a falta de oportunidades, são vistas como ferramentas para o desenvolvimento espiritual. Elas estimulam virtudes como a paciência, a compaixão e o desapego material.

Para aqueles que estão em posições de privilégio, a desigualdade serve como um teste moral, para que aprendam a usar seus recursos para ajudar os mais necessitados, desenvolvendo a caridade e a fraternidade.
O livre-arbítrio desempenha um papel fundamental. A forma como cada pessoa lida com sua situação — seja ela de privilégio ou de dificuldade — determina seu progresso.
A riqueza não é um acaso. Nada tem a ver com justiça ou injustiça divina. Para alguns, o desafio é não se deixar levar pela ostentação, egoísmo e orgulho. Para outros, é a oportunidade de usar os recursos para o bem-estar coletivo.

A pobreza, por sua vez, testa a paciência, a humildade e a fé. Difícil é explicar isso para quem é pobre, que vê outros seres humanos vivendo uma vida de extremo conforto, com muito menos sofrimento. O fato é que ser pobre é uma dura provação, dependendo então, da região que seu espírito reencarnou. Óbvio que, sob o ponto de vista material, o pobre norueguês passa por muito menos provações do que o pobre somaliano.
A desigualdade é vista como um reflexo de vidas passadas. Um espírito que foi avarento ou utilizou mal sua riqueza em uma vida pode reencarnar em condições de pobreza para aprender o valor das coisas e a importância da caridade. Da mesma forma, um espírito que se mostrou generoso pode reencarnar em uma família rica para continuar sua missão de auxiliar o próximo.
O verdadeiro tesouro não está nas posses, mas na capacidade de servir. A caridade é a chave para a evolução espiritual. Aquele que tem mais é o administrador dos bens divinos e deve usá-los para diminuir o sofrimento alheio.
A desigualdade entre pobres e ricos não é uma falha do sistema, mas uma ferramenta de aprendizado e evolução. A riqueza e a pobreza são desafios para a alma. O que realmente importa é como cada um lida com a sua condição. A verdadeira riqueza está na capacidade de amar e servir.