Após brilhar no Rancho do Maia, Patixa Teló protagoniza cena de confusão no aeroporto de ManausFotos: reprodução Youtube
Síndrome de Down e celebridade: qual é o limite para Patixa Teló?
Entre aplausos e crises públicas, Patixa levanta a discussão sobre os limites da empatia e a responsabilidade da celebridade digital
Patixa Teló acaba de viver um dos momentos mais marcantes da sua trajetória recente. Sua participação no reality Rancho do Maia foi simplesmente maravilhosa: divertida, espontânea e conquistando ainda mais fãs, que aplaudiram cada aparição. Patixa brilhou e mostrou o carisma que a transformou em fenômeno da internet.
Mas, logo após esse momento positivo, veio o episódio que dominou as manchetes. Em Manaus, dentro de uma van e depois no aeroporto, Patixa foi filmada em uma confusão com a própria irmã, que também é sua curadora. As imagens mostram agressões verbais e físicas, incluindo tapas e ameaças graves: “eu vou te matar, sua p… vai morrer você e o teu pai”. O caso se tornou ainda mais delicado porque envolve laços familiares e a fragilidade de uma figura pública.
No calor da confusão, o nome de Márcia Dantas, ex-cuidadora e também influenciadora, voltou à tona. Márcia rebateu publicamente, afirmando que já cuidou de Patixa e que, apesar de tudo, se sente vítima de ingratidão. Enquanto isso, a advogada da família pediu empatia, explicando que Patixa tem síndrome de Down e estaria passando por um surto.
Carlinhos Maia, padrinho da influenciadora, saiu em defesa e anunciou que enviará uma equipe a Manaus para oferecer apoio. Ele próprio já afirmou em outras ocasiões que Patixa respeita mais figuras masculinas do que femininas, uma constatação que levanta ainda mais questionamentos sobre os limites do convívio social da influenciadora.
Quando os holofotes estão favoráveis, surgem aplausos e comemorações. Mas, quando Patixa perde o controle, logo aparece a justificativa: “ela tem síndrome de Down”. E aqui é necessário um cuidado. Não se trata de exclusão, preconceito ou deslegitimação de quem possui a síndrome. Muito pelo contrário, essas pessoas merecem respeito, dignidade e, sobretudo, acompanhamento profissional adequado.
O que não pode é existir um salvo-conduto social. Se a fama garante benefícios, também traz responsabilidades. A linha que separa o bônus do ônus da vida pública não pode ser simplesmente borrada pela celebridade digital. Não basta parabenizar nos momentos bons e, nos momentos de falha, alegar que tudo se resume à condição genética.
Vemos, com frequência, Patixa circulando sozinha, pedindo “pix” nas ruas e sendo provocada por quem busca audiência fácil em cima de seus surtos. Mas, quando é confrontada sobre suas atitudes, o discurso muda: “não façam isso com ela, pois tem síndrome de Down”. Até quando?
A sensação de ser “supercelebridade” pode gerar descompasso entre o que ela pensa de si mesma e o que consegue administrar emocionalmente. A fama, sem suporte adequado, aumenta o risco de comportamentos descompensados.
Patixa, como tantas outras pessoas com síndrome de Down, merece carinho, apoio e dignidade. Mas cuidar também significa estabelecer limites, dar acompanhamento e garantir tratamento adequado. Porque, no fim das contas, fama não pode ser licença para tudo.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.