Aristóteles DrummondAristóteles Drummond
O Ministério Público ficou ausente, ao que se sabe, em procurar saber se outras entidades públicas, federais ou estaduais, adquiriram este tipo de papel de bancos que não estão listados entre os dez maiores do país. Mistério não é recomendável.
A oposição tenta no Senado avançar na apuração, mas forças ocultas já estariam fazendo esfriar a curiosidade natural que o assunto despertou.
Ação elementar seria o Congresso votar medida que limitasse operações financeiras de entidades ligadas aos governos, incluindo estatais e seus fundos de previdência complementar, a papéis dos bancos oficiais.
O histórico de prejuízos nos fundos de estatais é rico em malfeitos. Muitos assistidos foram punidos com descontos para cobrir danos, como funcionários dos Correios e da Eletrobras. Mesmo assim, a gestão voltou a abrigar indicações suspeitas, algumas contestadas na Justiça. Além de tentar influir na escolha de dirigentes via participações minoritárias. Outra medida saneadora seria, como nos EUA, fundos de sindicatos ou previdência serem limitados a presença nos conselhos fiscais e não nos de administração. Coisas a serem pensadas e cobradas.
Enfim, este é o país que temos. Apenas esses aproveitadores devem saber que a sociedade está ciente do que acontece e gostaria de ver os órgãos fiscalizadores funcionarem. A Justiça tarda mas não falha.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.