Aristóteles DrummondAristóteles Drummond

A Revolução de 64 na arrancada de desenvolvimento econômico e social do Brasil, que nos elevou da 46ª economia para a oitava, recrutou talentos nas Forças Armadas e nos chamados tecnocratas. Homens preparados e sem militância política. Assim foi com a safra dos coronéis, como Andreazza, César Cals, Jarbas Passarinho, Ruben Ludwig e profissionais preparados, como Mário Trindade, que foi o primeiro presidente do BNH, Camilo Pena, o consolidador do ProÁlcool, Alysson Paolinelli, que lançou as bases do agronegócio relevante, Eliseu Resende, nos transportes e portos, e Pratini de Morais, tendo os três últimos aderido à política com mandatos no Congresso Nacional. E na economia e gestão, promovendo a maior é melhor reforma do Estado, o notável Roberto Campos, economista, diplomata e depois parlamentar.
Depois de décadas de um verdadeiro apagão de gestores eficientes, com ilhas de competência como na Eletrobrás, Banco Central e Banco do Brasil, o governo Bolsonaro voltou a trazer para o primeiro plano escolhas pelo preparo e mérito, como ministros e dirigentes de estatais. Exemplo maior foi Tarcísio de Freitas, notável revelação, que vinha de bom desempenho no governo de Dilma. Teresa Cristina outro nome notável. Os resultados foram os melhores possíveis, não tendo sido maiores em função das interferências do bem-intencionado, mas despreparado presidente. Caso raro de chefe de boa gestão não se reeleger. Equivocado, construiu a improvável derrota.
Entre as boas revelações, destacam-se o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e na Petrobras, Roberto Castelo Branco.
O presidente do Banco Central ganhou tal prestígio e conquistou a admiração das forças vivas da sociedade a ponto que personalidades independentes, após um jantar recente em São Paulo, começarem a sonhar com uma eventual candidatura. Campos Neto conseguiu, sem procurar, cair na simpatia popular pela postura correta, educada, ponderada e firme. Tudo que o Brasil pede neste momento.
Considerando a importância da Petrobras e do petróleo na Economia brasileira, impressiona a lucidez com que Castelo Branco vê a empresa e o setor, como mostrou em entrevista ao diretor da Revista Inteligência que está no YouTube. Saiu na direção da empresa por não atender ao populismo barato de Bolsonaro.
Certamente essa elite de homens superiores tem mais nomes, que as forças vivas da nacionalidade devem procurar, sensibilizar e viabilizar na prestação continuada de serviços que a crise demanda. Crise, inclusive, moral.
A omissão dos responsáveis, incluindo a da ala positiva da classe política, pode ser fatal para o futuro de nosso país. Que, aliás, anda mesmo ameaçado.