O Brasil desde o Império se destacou no mundo pela qualidade de seus diplomatas. Talvez fora da Europa e dos EUA, os mais prestigiados e respeitados. Na República, este reconhecimento vem sendo confirmado ao longo destes 135 anos. O Barão do Rio Branco não só foi relevante a seu tempo como legou orientação de bom senso e equilíbrio, como sugerir prioridade aos vizinhos e aos EUA. Antes, Napoleão já havia dito que a diplomacia deveria dar importância maior aos vizinhos do que a países mais distantes. Claro que são conceitos ultrapassados na era do avião a jato e da Internet, mas confirma a tese como atual.

O presidente Lula voltou repetindo equívocos de seus mandatos anteriores, acrescidos de novas e perigosas posturas. A prioridade a estreitar relações e ter representação em países sem importância econômica ou afinidade cultural e histórica. Estes países também não têm maior interesse no Brasil que não a de contrair empréstimos ou efetuar compras que não são pagas. Lula chegou a dizer que Cuba não pagava ao Brasil por causa de Bolsonaro, mas, nestes 17 meses de governo, o Brasil não viu a cor do dinheiro que Cuba nos deve.

O fracasso do projeto internacional é evidente. Mas Lula continua a viajar como se fosse protagonista respeitado. Nos dois principais problemas mundiais, a invasão da Ucrânia e o terrorismo do Hamas, ficou do lado errado. Na América Latina, concilia com a Venezuela e quer ajudar Cuba na sua grave crise econômica e até alimentar, como se no Brasil não existissem problemas sociais a serem atendidos. No mais, Uruguai, Argentina e Paraguai estão com governos de centro e o Chile, de uma esquerda democrática, critica as ditaduras na Venezuela, Cuba e Nicarágua. Aliás, sendo o Brasil uma nação católica, o silêncio de Lula em relação às investidas de Ortega contra a Igreja chega a ser constrangedora.

Nos BRICs, a proposta de não se usar o dólar no comércio entre os países membros, desagradou aos americanos, assim como nas outras questões. Os EUA têm presença importante na economia brasileira.

Os diplomatas sempre aconselharam uma boa política com países com os quais temos algum tipo de interesse e distância de conflitos fora do continente.

A situação não é pior, pois o chanceler Mauro Vieira é um diplomata experiente e respeitado.