Aristóteles DrummondAristóteles Drummond
O presidente Ernesto Geisel foi o único dos cinco presidentes militares que não formou com os oficiais que participaram da Revolução de 1964. Ficou indiferente, embora não tivesse afinidades com o governo deposto. Seu irmão Orlando é que foi influente chefe militar, ocupou o Ministério do Exército no governo Médici e foi determinante na escolha pelo irmão.
A falta de identidade com as raízes do movimento ficou evidenciado ao longo da sua gestão, inclusive no episódio em que afastou do ministério o general Sylvio Frota, que defendia os ideais de 64 e a destituição de oficiais generais de comandos para atender a críticas das esquerdas, que ele bem sabia serem infundadas. Geisel foi estatizante, criou dezenas de estatais, tratou de afastar do país os dois maiores economistas brasileiros, Roberto Campos e Delfim Netto. O primeiro arrumou as contas e organizou o Brasil moderno; o segundo foi o desenvolvimentista nos governos Costa e Silva e Médici, responsável pelos anos do Milagre Econômico que fascinou o mundo. Não soube enfrentar a crise do petróleo, demorando a tomar atitudes como o Proálcool, fez contratos de risco, realizou uma tímida abertura e endividou o país. Muito elogiado pela “abertura”, no entanto, deixou o AI-5 vigente até o último dia de seu mandato e promoveu o fechamento do Congresso e cassações. Já o presidente Médici, que as esquerdas não perdoam pelo sucesso na economia, popularidade sólida e eficiente combate a movimentos armados, não fechou Congresso nem cassou mandatos.
Na política externa, Geisel foi um desastre. Reconheceu o governo pró-Moscou de Angola, votou contra Israel e deu status à representação no Brasil da Organização pela Libertação da palestina (OLP), ligada ao terrorismo islâmico. Rompeu relações no campo nuclear com os EUA ao assinar o tratado com a Alemanha para a construção de novas usinas. Um macaco em casa de louças, entregando a nossa diplomacia ao polêmico diplomata Azeredo da Silveira, precursor de Celso Amorim, de viés esquerdista, que nos fez reconhecer a China cinco anos antes dos EUA.
Recordar esses anos nos faz identificar as semelhanças entre seu comportamento estranho e os rumos deste terceiro mandato de Lula da Silva. Afinal, a política externa é muito parecida na postura hostil aos nossos mais tradicionais aliados e parceiros comerciais. Este alinhamento do Brasil com o eixo Pequim-Moscou poderia ser parecido com o pensamento de Geisel, assim como a defesa das estatais e o horror a privatizações. O fato de negar valores que levaram ao movimento civil-militar de 64, como austeridade no trato do dinheiro público, combate à corrupção, rigor no combate à violência e a defesa da ordem, também é evidente. Geisel foi um equívoco do então alto comando das Forças Armadas.
Faz todo sentido lembrar que se atribui o lançamento nacional de Lula, de líder metalúrgico a líder político, a uma estratégia do General Golbery do Couto e Silva, que era o guru político do presidente Geisel. Tantas identidades não seriam mera coincidência.
A falta de identidade com as raízes do movimento ficou evidenciado ao longo da sua gestão, inclusive no episódio em que afastou do ministério o general Sylvio Frota, que defendia os ideais de 64 e a destituição de oficiais generais de comandos para atender a críticas das esquerdas, que ele bem sabia serem infundadas. Geisel foi estatizante, criou dezenas de estatais, tratou de afastar do país os dois maiores economistas brasileiros, Roberto Campos e Delfim Netto. O primeiro arrumou as contas e organizou o Brasil moderno; o segundo foi o desenvolvimentista nos governos Costa e Silva e Médici, responsável pelos anos do Milagre Econômico que fascinou o mundo. Não soube enfrentar a crise do petróleo, demorando a tomar atitudes como o Proálcool, fez contratos de risco, realizou uma tímida abertura e endividou o país. Muito elogiado pela “abertura”, no entanto, deixou o AI-5 vigente até o último dia de seu mandato e promoveu o fechamento do Congresso e cassações. Já o presidente Médici, que as esquerdas não perdoam pelo sucesso na economia, popularidade sólida e eficiente combate a movimentos armados, não fechou Congresso nem cassou mandatos.
Na política externa, Geisel foi um desastre. Reconheceu o governo pró-Moscou de Angola, votou contra Israel e deu status à representação no Brasil da Organização pela Libertação da palestina (OLP), ligada ao terrorismo islâmico. Rompeu relações no campo nuclear com os EUA ao assinar o tratado com a Alemanha para a construção de novas usinas. Um macaco em casa de louças, entregando a nossa diplomacia ao polêmico diplomata Azeredo da Silveira, precursor de Celso Amorim, de viés esquerdista, que nos fez reconhecer a China cinco anos antes dos EUA.
Recordar esses anos nos faz identificar as semelhanças entre seu comportamento estranho e os rumos deste terceiro mandato de Lula da Silva. Afinal, a política externa é muito parecida na postura hostil aos nossos mais tradicionais aliados e parceiros comerciais. Este alinhamento do Brasil com o eixo Pequim-Moscou poderia ser parecido com o pensamento de Geisel, assim como a defesa das estatais e o horror a privatizações. O fato de negar valores que levaram ao movimento civil-militar de 64, como austeridade no trato do dinheiro público, combate à corrupção, rigor no combate à violência e a defesa da ordem, também é evidente. Geisel foi um equívoco do então alto comando das Forças Armadas.
Faz todo sentido lembrar que se atribui o lançamento nacional de Lula, de líder metalúrgico a líder político, a uma estratégia do General Golbery do Couto e Silva, que era o guru político do presidente Geisel. Tantas identidades não seriam mera coincidência.
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