ARTE PAULO MÁRCIOARTE PAULO MÁRCIO
A solidariedade é um dever ético de cada cristão. Nesse sentido, não podemos esquecer que, adotando o ponto de vista das Escrituras, as obras de caridade e as esmolas não devem ser utilizadas para publicidade pessoal. É mister lembrar que a fé cristã considera o socorro ao próximo como um ato de compaixão. Não temos dúvidas de que aquele que recorre à misericórdia sabe abrir o seu coração para repartir (Mateus 5.7).
Portanto, torna-se cada vez mais nítido que, como beneficiários indignos da misericórdia de Deus, nada mais seria adequado do que nós mesmos mostrarmos coração doador sem reservas para com o próximo. O livro de Provérbios nos faz ver o amor e cuidado de Deus pelo necessitado: “Ao Senhor empresta o que se compadece do pobre, e ele lhe pagará o seu benefício.” (Provérbios 19.17).
Aprendendo com o Mestre, o apóstolo Pedro, ao se deparar com um aleijado de nascença, que pedia esmola diante do Templo de Jerusalém, oferece mais do que dinheiro. Ele apresenta Jesus de Nazaré (Atos 3.1-9). Seguindo esse pensamento, e para enriquecer o nosso estudo sobre a relevância de possuir um coração doador, podemos citar Dorcas, cristã do primeiro século, que se destacava por suas boas obras e a liberalidade de suas esmolas: “E, levantando-se Pedro, foi com eles. Quando chegou, o levaram ao quarto alto, e todas as viúvas o rodearam, chorando e mostrando as túnicas e vestidos que Dorcas fizera quando estava com elas.” (Atos 9.39).
Nos evangelhos lemos sobre Zaqueu, que, após seu encontro com o Mestre, enxergou a necessidade de partilhar seus bens com os pobres: “E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se em alguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado.” (Lucas 19.8). Diferentemente do jovem rico, que, apegado às suas riquezas, não seguiu o Mestre: “E, quando Jesus ouviu isso, disse-lhe: Ainda te falta uma coisa: vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres e terás um tesouro no céu; vem e segue-me. Mas, ouvindo ele isto, ficou muito triste, porque era muito rico.” (Lucas 18.22-23).
O amor ao dinheiro é muito perigoso. Quem confia no dinheiro se esquece de Deus. Um coração que ama a Deus tem os olhos atentos às necessidades de quem está ao seu lado. Exercitando a atitude de um coração abençoador, ele estende a mão ao necessitado, socorre o aflito em suas angústias e dá o pão ao que tem fome. Essa é uma atitude que agrada o coração de Deus. Somos imitadores de Cristo quando fazemos o bem e que Deus é honrado quando praticamos de forma correta o auxílio ao necessitado.
Fonte: Livro “Ser Relevante”, Autor: Bispo Abner Ferreira, Editora Betel.
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