A capacidade de perdoar e de se perdoar faz parte da vocação e da missão da família. A prática do perdão não só salva as famílias da divisão, mas as torna capazes de ajudar a sociedade a ser menos cruel.
A família é uma grande escola de preparação para o perdão recíproco, sem o qual nenhum amor pode ser duradouro. Sem se doar e sem se perdoar, o amor não subsiste, não perdura. Na oração que Jesus nos ensinou — ou seja, o Pai-Nosso — Ele nos leva a pedir ao Pai: “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido".
Não se pode viver sem se perdoar, ou pelo menos não se pode viver bem, especialmente em família. Todos os dias cometemos injustiças uns contra os outros. Devemos ter em consideração estas injustiças, devidas à nossa fragilidade e ao nosso egoísmo. No entanto, é importante que curemos imediatamente as feridas que causamos, que voltemos a tecer imediatamente os fios que dilaceramos em família. Se esperarmos demais, tudo se torna mais difícil.
E existe um segredo simples para curar as feridas e para resolver as acusações: não deixar que o dia termine sem pedir perdão, sem fazer as pazes. Se aprendermos imediatamente a pedir e a conceder o perdão recíproco, as feridas se curam, o casamento se fortalece e a família se torna um lar cada vez mais sólido, que resiste aos abalos das nossas pequenas maldades.
Se aprendermos a viver assim em família, podemos fazer também fora, onde quer que nos encontremos. De fato, é precisamente ao receber o perdão de Deus que, por nossa vez, somos capazes de dar o perdão. Por isso, Jesus nos faz repetir estas palavras cada vez que recitamos a oração do Pai-Nosso, isto é, todos os dias.
E é indispensável que, em uma sociedade muitas vezes impiedosa, existam lugares, como a família, onde nós aprendemos a nos perdoar uns aos outros.
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