Amar é também tornar-se amável. Significa que o amor não age severamente, não atua de forma inconveniente. Os seus modos, as suas palavras, os seus gestos são agradáveis; não são ásperos, nem rígidos. Detesta fazer sofrer os outros.
Para os namorados, a cortesia é uma escola de sensibilidade e altruísmo, que exige que a pessoa cultive a sua mente e os seus sentidos, aprenda a ouvir, a falar e, em certos momentos, a calar. Ser amável não é um estilo que o cristão possa aceitar ou rejeitar: faz parte das exigências irrenunciáveis do amor.
Diariamente entrar na vida do outro exige a delicadeza de uma atitude não invasiva, que renova a confiança e o respeito. E quanto mais íntimo e profundo for o amor, tanto mais exigirá o respeito pela liberdade e a capacidade de esperar que o outro abra a porta do seu coração.
O amor amável gera vínculos, cultiva laços, cria novas redes de integração. Deste modo, a pessoa se protege, pois, sem sentido de pertença, não se pode sustentar uma entrega ao outro, acabando cada um por buscar apenas as próprias conveniências, e a convivência se torna impossível.
Uma pessoa antissocial julga que os outros existem para satisfazer as suas necessidades e, quando o fazem, cumprem apenas o seu dever. Neste caso, não há espaço para a amabilidade do amor e a sua linguagem. A pessoa que ama é capaz de dizer palavras de incentivo, que reconfortam, fortalecem, consolam e estimulam.
Nenhum casal é uma realidade perfeita e confeccionada de uma vez para sempre, mas requer um progressivo amadurecimento da sua capacidade de amar.
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