A Quaresma é um tempo privilegiado de renovação para cada um de nós. Mais do que um período de penitência, é uma oportunidade de graça, em que somos convidados a nos aproximar de Deus e a experimentar o seu amor misericordioso. Deus não nos olha com indiferença, mas nos conhece pelo nome, cuida de nós e, sempre que nos afastamos, vai ao nosso encontro.
Este é o tempo propício para exercitarmos muitas práticas cristãs que nos aproximam cada vez mais do amor e misericórdia de Deus. Entre os muitos convites que a Quaresma nos faz, um dos mais profundos e transformadores é o do perdão. Quantos sofrimentos e divisões poderiam ser evitados se o perdão e a misericórdia fossem a tônica de nossas vidas. Muitas brigas poderiam ser resolvidas e relações restauradas se nos esforçássemos mais para perdoar.
Dentro da nossa própria família, a falta de perdão é um obstáculo ao amor genuíno. São muitos os laços quebrados entre irmãos e irmãs que, por não saberem perdoar, deixam que o rancor tome conta de seus corações. Este é um problema que não se limita à vida familiar, mas se estende a toda a sociedade. A prática do perdão deve ser vivida em todas as relações humanas: entre cônjuges, pais e filhos, colegas de trabalho e amigos. O perdão é o caminho para a cura e a reconciliação.
As práticas quaresmais, como a oração, o jejum e a caridade, nos ajudam a entender profundamente o significado da frase que recitamos na oração do Pai-Nosso: “Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Essas palavras carregam uma verdade essencial: não podemos pedir o perdão de Deus, se não formos capazes de perdoar o nosso próximo.
Que, durante este tempo Quaresmal, possamos abrir o nosso coração à misericórdia de Deus e ao perdão.
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