Arte coluna Padre Omar_ 26 julho julho 2025Arte Paulo Márcio

A Igreja Católica celebra o Ano Santo, um tempo especial de graça, perdão e reconciliação. E, justamente neste dia dedicado aos avós, o Jubileu nos convida a redescobrir que a esperança é, em todas as idades, fonte perene de alegria. A Sagrada Escritura está repleta de exemplos em que Deus manifesta sua providência por meio de pessoas idosas. Abraão e Sara, Zacarias e Isabel, e até Moisés, chamado a libertar o povo de Israel já aos oitenta anos, são testemunhas de que, aos olhos de Deus, a velhice não é tempo de decadência, mas de bênção e missão.
De fato, só é possível compreender plenamente a vida dentro da sucessão das gerações. Abraçar um idoso é acolher a certeza de que a história humana não se resume ao presente efêmero, nem se esgota em vínculos frágeis e passageiros. Pelo contrário, ela se projeta no tempo, como uma herança que se transmite e se renova.
O Papa Leão XIV, em sua primeira mensagem para o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos — vivida sob o olhar jubilar — nos convida a realizar com eles uma verdadeira libertação: do abandono, da solidão e da indiferença. O Ano Santo é um tempo favorável para concretizar esse chamado. A fidelidade de Deus às suas promessas nos ensina que há uma bem-aventurança própria da velhice: uma alegria serena e profundamente evangélica, que nos impulsiona a derrubar os muros de esquecimento onde tantos idosos se encontram.
Em muitas partes do mundo, as sociedades se habituaram a marginalizar uma parte essencial do seu tecido humano. A indiferença se tornou uma sombra dolorosa sobre a velhice. Mas isso precisa mudar. Somos chamados a assumir a responsabilidade de promover uma autêntica cultura do cuidado e da gratidão.
Cada um de nós pode — e deve — ser protagonista de uma verdadeira revolução do carinho: com visitas frequentes, escuta atenta, redes de apoio e oração, relações que devolvam esperança e dignidade aos que se sentem esquecidos.