Arte coluna PADRE OMAR 28 junho 2025Arte Paulo Márcio
No centro do Evangelho deste domingo, Jesus faz uma pergunta que atravessa os séculos e chega diretamente ao nosso coração: “E vós, quem dizeis que Eu sou?” (Mt 16,15). Não é apenas uma questão dirigida aos discípulos de ontem, mas uma provocação viva aos cristãos de hoje. Quem é Jesus para mim? Uma pergunta simples que exige de nós uma atitude.
Um grande risco da vida cristã contemporânea não é o abandono explícito da fé, mas a superficialidade com que muitas vezes a vivemos. É fácil ter opiniões e comentários, mas Jesus não quer ser mais um assunto de debate. Ele quer ser presença. Quer ocupar o centro da nossa vida. E essa diferença, entre falar de Jesus e falar com Jesus, é fundamental.
Hoje, em tempos de mídias sociais, multiplicam-se os analistas da fé, mas escasseiam os que se deixam transformar por ela. Quantas vezes ouvimos críticas à Igreja, sugestões de como ela “deveria ser”, lamentos por sua distância do povo. E, no entanto, quantos desses críticos estão dispostos a viver o Evangelho no dia a dia? A questão não é apenas o que pensamos de Jesus, mas o lugar que Ele ocupa em nossa vida.
O exemplo de Pedro e Paulo é um farol nesse sentido. Não foram homens perfeitos — Pedro negou, Paulo perseguiu. Mas ambos permitiram que a graça os reconstruísse. Foram testemunhas, não por não terem falhado, mas por terem assumido suas falhas com verdade e deixado Deus agir.
Pedro não censurou os Evangelhos para esconder seus erros. Paulo não apagou suas sombras nas cartas. Eles nos ensinam que o testemunho começa na transparência, na coragem de abandonar a máscara e deixar que a luz da fé penetre até mesmo nossas fragilidades.
Jesus não espera de nós uma perfeição. Ele nos pede entrega. Que deixemos de ser espectadores da fé e passemos a ser protagonistas do Evangelho.
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