Semana corrida, a turma dos coroas do Principado fez uma verdadeira campanha à procura de carnes a preços mais baixos do que os quase tabelados valores de mercado. Isso tudo pra poder encarar com tranquilidade os seis dias de feriado/ponto facultativo/vadiagem/etc. e tal.
Bom: o estoque foi completado. Afinal, são mais de dez velhinhos procurando açougues, supermercados e matadouros não clandestinos. Sim, somos carnívoros conscientes e sustentáveis.
A carne suína também, mais razoável. Pior encontrar uma linguiça decente feita de pura carne de porco. As que se encontram por aí é uma mistura de miúdos de frango, boi, porco e não sei mais o que. E ainda têm a coragem de chamar isso de linguiça calabresa.
Sem esquecer das bebidas é claro. Trabalho insano e cansativo durante toda a semana curta.
Mas deu certo. As compras já estavam terminando quando alguém lembrou que a semana é santa.
Caramba, afinal tradição é tradição e decidimos garantir a abstinência de carne tradicional da sexta-feira: A sardinha e algum pescado foram também alvo. Nada do que uma boa sardinha na brasa.
O Júlio acrescentou as ostras e os mexilhões. E o Fred, gourmet, foi logo alertando: - Não esqueçam dos limões.
Ibiapina lembrou que para acompanhamento tanto para os frutos do mar, quanto os da terra nada melhor do que uma maionese.
O grande problema foram as cervejas. Sempre elas. Bom, eu continuo tomando groselha. A bem da verdade, eu não aguento mais. Eu acho que irei apelar para limonada. Afinal de contas, contribui para a vitamina C no organismo.
Nelson tratou de buscar o carvão.
Para surpresa geral, apareceu Ronaldo, velho amigo e companheiro de tantas batalhas e lutas no trabalho. Ele apareceu de repente. Resolveu tirar folga da dieta.
A grande magia dos feriadões (ou desafio mesmo) é saber esticar a comida, a bebida, o carvão, o sal grosso e, claro, a resistência para encarar tantos dias seguidos de comilança desregrada e saborosa.
Desafio aceito que encaramos bravamente com a coragem dos desbravadores, como aqueles que desbravaram o sertão. Estou falando dos bandeirantes, tidos como heróis, mas que, na verdade, foram uns grandes malandros, isso sim. Hoje talvez fossem tratados como mais uma dessas quadrilhas que pululam por aí, atazanando a vida das comunidades.
Resumindo a semana contou com peixe, porco, boi, frango, crustáceo..., uma verdadeira arca de Noé que atracou aqui na caverna, durante os seis dias de reza e folia.
Eu fiquei admirado com o assunto que predominou durante esses dias: o valor do dólar na bolsa de Nova Iorque. Eu nunca tinha ouvido esse papo por aqui. Assunto predominante? Claro, traduzindo para o bom português, temos o velho e duro papo do custo de vida. Foi terrível. O dólar alto, custo de vida alto e o dinheiro baixo.
Alguém deu uma ideia: - Maricá não inventou uma moeda? Por que nós não inventamos uma moeda aqui do Principado?
Nelson mandou ver: - Já sei o nome: Dular!