A Estação Primeira de Mangueira teve o samba-enredo "100 anos de liberdade, realidade ou ilusão" escolhido como hino do Dia Nacional da Consciência Negra no Rio de JaneiroDivulgação

A Estação Primeira de Mangueira acaba de emplacar uma de suas composições como hino oficial do Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado no dia 20 de novembro em todo o país. O governador Cláudio Castro (PL) sancionou, com publicação no Diário Oficial desta segunda-feira (10), a Lei nº 9.988/23, do ex-deputado Chiquinho da Mangueira (Solidariedade), que torna o samba-enredo “100 anos de liberdade, realidade ou ilusão”, um símbolo da luta contra o racismo e a desigualdade. Apesar da aprovação, a norma determina que a adoção da canção como hino seja amplamente debatida com movimentos negros.

A composição de Hélio Turco, Alvinho e Jurandir foi responsável por levar a escola ao segundo lugar no Carnaval de 1988. Para Chiquinho, a música reforça o protagonismo negro na história e questiona a efetividade da Lei Áurea. “O samba representa bem em seus versos o que a data simboliza, o protagonismo negro na história do Brasil. A canção cita a Lei Áurea não como um ato de liberdade assinado pela princesa Isabel, já que não deu as garantias mínimas aos libertos, mas sim como uma reflexão crítica e atual que busca questionar se o ato assinado em 1888 não seria apenas uma ilusão. O objetivo é demonstrar a luta histórica e a resistência cotidiana dos negros em busca de igualdade e contra os preconceitos, mostrando Zumbi dos Palmares como o protagonista dessa luta por liberdade e igualdade que se busca até os dias de hoje”, declara.
*Colaborou o estagiário Gustavo Braz, sob a supervisão de Aline Macedo.