Plenário desta terça-feira (11) da Câmara do RioReprodução

O plenário desta terça-feira (11) na Câmara do Rio começou em clima quente com a discussão do projeto de lei — incluído na Ordem do Dia em regime de urgência — que autoriza o Executivo a contratar empréstimo com a Caixa Econômica Federal, para realizar melhorias no sistema BRT. A proposta tem causado polêmica desde o tema até a inclusão de última hora na pauta, com parlamentares de oposição formando fila para usar o microfone. Rogério Amorim (PTB) e Carlos Bolsonaro (Republicanos) se juntaram em uma dobradinha para criticar o prefeito Eduardo Paes (PSD).

“Para que vamos autorizar um empréstimo de mais de R$700 milhões à Prefeitura do Rio se recentemente tivemos, por meio de outorga da Cedae, R$4 bilhões cedidos ao município do Rio, sendo que destes, apenas R$800 milhões foram gastos? Ou seja, ainda temos R$3,2 bilhões nos cofres da prefeitura, e estamos endividando a cidade por mais 20 anos", apontou Amorim.

Bolsonaro aproveitou para relembrar a trajetória do modal, que enfrenta problemas na infraestrutura ao longo dos anos. “É um projeto com uma ideia boa, mas que passa por problemas desde o início”, afirmou.

Com o Partido dos Trabalhadores sob pressão por causa da aliança com Eduardo Paes, o petista Edson Santos assumiu postura digna de integrante da base e saiu em defesa da prefeitura e da proposta. “Se formos comparar o estágio da nossa dívida, não chega a 5% na sua relação com a receita corrente líquida do município. Há margem para contrair empréstimo visando a melhoria da infraestrutura da nossa cidade. E quando se fala no BRT, é um avanço em relação aos ônibus. [...] Nós temos que avaliar qualitativamente a gestão do BRT operado pelo consórcio privado e pelo município. [...] O que ocorre é que nós estávamos reféns do setor privado, e isso gerou uma distorção econômica e uma concentração de poder político. Hoje, o prefeito faz aquilo que defendi em 1989, que é a gestão pública do sistema de transporte”, destacou.
*Colaborou o estagiário Gustavo Braz, sob supervisão de Aline Macedo