Discussão na Alerj aconteceu durante a sessão plenária desta quinta-feira (1)Reprodução

Na primeira sessão de junho, nesta quinta-feira (1), os parlamentares da Alerj desafiaram o ditado popular de que religião e política não se misturam. A discussão teve início após a aprovação do projeto de resolução de Jari Oliveira (PSB), que propõe a criação do Diploma Dom Waldyr Calheiros para homenagear pessoas que apoiaram o bispo em suas lutas sociais no estado do Rio.

Descontente com a proposta do colega, o catolicíssimo Márcio Gualberto (PL) foi à tribuna discordar — acusando Dom Waldyr ter sido... "declaradamente comunista". O argumento irritou Luiz Paulo (PSD): “Não consigo ouvir uma heresia. [...] O simples fato de ser Bispo é porque ele é um metafísico, o oposto do materialismo. Não existe Bispo comunista como não existe pastor evangélico comunista. [...] Não posso deixar de consignar que esse rótulo é para estigmatizar todos que não pensam ou não pensaram que nem ele”, disparou.

Saindo do preto no branco, Munir Neto (PSD), que pediu coautoria da proposta, foi ao microfone expressar sua insatisfação com a discussão. “Aqui não direita e esquerda, tem o religioso que fez o bem para a população. É um absurdo a gente colocar um bispo emérito que trabalhou mais de 50 anos sobre essa turva”, declarou.
*Gustavo Braz, sob supervisão de Aline Macedo.