Mudanças climáticas afetam Cataratas do Iguaçufoto da coluna

As Cataratas do Iguaçu registram segunda maior vazão da história. Especialistas avaliam como um fenômeno direto das mudanças climáticas que vem provocando aumento de incidência pluviométrica no sul do Brasil e nos países vizinhos como Argentina, Uruguai e Paraguai. Eles alertam para a necessidade de medidas de prevenção e adaptação aos novos cenários hidrológicos.

A forte chuva que atinge a Bacia do Paraná nos últimos dias causou um fenômeno impressionante nas Cataratas do Iguaçu: a vazão das águas chegou a 24 mil m³/s, 16 vezes acima da média normal. Foi superada apenas pelo recorde de 32 mil m³/s em 2014.

O excesso de água mudou o cenário das Cataratas, que estão mais volumosas e barulhentas. Do lado argentino, a força da água arrastou parte das passarelas e suspendeu as visitações ao Puerto Iguazú. Do lado brasileiro, a administração do Parque Nacional do Iguaçu e do ICM Bio interditou alguns trechos e a passarela que dá acesso ao mirante da Garganta do Diabo, mas manteve os demais mirantes da trilha das Cataratas abertos. No entanto, os técnicos avaliam adotar medidas mais restritivas de segurança nas próximas horas devido à previsão de mais chuvas.
Usina de Itaipu impactada
A usina de Itaipú acionou o alerta vermelho devido ao aumento dos níveis do Rio Iguaçu assim como toda a Bacia do Paraná, que abastece o reservatório da hidrelétrica. Apesar disso está operando normalmente na cota 219,23 acima do nível do mar, abriu a comporta para escoar o excesso que não pode ser usado na produção de energia. Essa operação, conhecida como vertimento, deve permanecer de forma ininterrupta pelo menos até domingo.

A Comissão de Cheias da Itaipu (CEAC) está mobilizada desde o último sábado para dar assistência às famílias atingidas pelas inundações, mitigar os impactos para a população ribeirinha e manter o fornecimento de energia elétrica para o Brasil e Paraguai. No lado paraguaio, mais de 385 moradias foram atingidas em diferentes bairros próximos à fronteira com o Brasil.
O mais afetado é o San Rafael, em Ciudad del Este, com 140 casas alagadas. Cerca de 85 pessoas foram levadas para albergues mantidos pela Itaipu e estão sendo orientadas a aguardar a situação voltar ao normal para retornar. No lado brasileiro, alguns pontos, como Marco das Três Fronteiras e o Iate Clube Cataratas, no bairro Porto Meira, foram atingidos.
Mais Chuvas
A preocupação maior agora é com as próximas 72 horas. O nível máximo da afluência do Rio Paraná deve atingir nesta quarta-feira, 18,1 mil m³/s. Desde a madrugada, vem chovendo na bacia dos Rios Ivai e Piquiri, principais afluentes da bacia do Rio Paraná. A previsão é de muita instabilidade e de mais chuvas para o período na região, tanto moderadas como intensas, repetindo a magnitude dos valores registrados na semana passada na bacia do Rio Iguaçu, que acabou represando o Rio Paraná.

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