Cada vez mais os ativos ecológicos ganham valor nos negócios. A preservação da natureza é hoje uma necessidade amplamente reconhecida e exigida tanto pelo mercado quanto pelos consumidores. De acordo com uma pesquisa realizada pela Tetra Park, dois terços dos consumidores optam conscientemente por evitar marcas ou produtos específicos devido a preocupações ambientais, um aumento de 26% nos últimos anos.
Dentro dessa nova realidade de mercado, a plataforma mundial de sustentabilidade Clean Up the World completa 20 anos no Brasil no evento de inovação e tecnologia Rio Innovation Week. Entre as palestras que promove, destacam-se: "O papel do patrimônio natural para a Bioeconomia - A importância dos ativos ecológicos" e "Mumbuca Verde" - uma plataforma desenvolvida pela Companhia de Desenvolvimento de Maricá, Codemar. Já a primeira, traz um debate sobre como esse novo modelo de ativos pode contribuir para a sustentabilidade global. Para Hamilton Lacerda, diretor-presidente da Codemar, investir na preservação da natureza é tão valioso quanto garantir a qualidade de um produto.
"Certificações de sustentabilidade abrem novos horizontes para produtos e fidelizam os consumidores. Cada ativo negociado garante a conservação de uma área específica de floresta nativa e a prestação de serviços ambientais. Não se trata apenas de implementar medidas como a delimitação da área, mas também de remunerar agricultores para a conservação. Ou seja, além da preservação ambiental, o Mumbuca Verde gera empregos e renda", destaca ele em relação à parceria entre a Codemar e a Govtech Tesouro Verde.
O modelo escolhido pela Codemar, originado no Brasil, foi reconhecido como uma solução tecnológica de conservação ambiental global pela iniciativa Civitech das Nações Unidas, que inclui países como Alemanha, Estados Unidos, Escócia e Inglaterra. Além disso, a plataforma permitirá que empresas e cidadãos obtenham certificações por investirem em práticas sustentáveis.
"É um mecanismo inteligente, acessível e seguro para investir na conservação da natureza como um sinal de compromisso e responsabilidade", enfatiza Lacerda, acrescentando que, para as empresas, a contrapartida é o Selo Sustentabilidade Mumbuca Verde, um passe para acessar os benefícios da bioeconomia.
Maria Tereza Umbelino de Souza, CEO da BMV Global, acredita que o evento é o palco ideal para criar, discutir e apresentar a percepção do valor da conservação da natureza como componente de todos os produtos e serviços existentes ou futuros.
"A geração mais jovem já adota uma abordagem consciente na escolha de produtos e serviços. A proposta é mostrar o caminho para que eles se envolvam no propósito de preservar a natureza como um meio de transformação econômica, para que compreendam como incorporar os benefícios desse ativo em seus empreendimentos", destaca ela, acrescentando que o resultado é a transição do mindset da economia tradicional para a bioeconomia, acessível a todos, com a preservação da natureza como elemento central dessa transformação.
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