Pedro Duarte. Vereador (Novo)Divulgação

O currículo da cidade do Rio de Janeiro é invejável. Já foi a capital do Brasil por 200 anos; já foi o centro do terceiro maior império europeu; e, hoje, mantém certo protagonismo, sendo mundialmente conhecida por sua beleza natural e obras icônicas de engenharia. Do Cristo Redentor ao bondinho do Pão de Açúcar, do Aterro do Flamengo à Ponte Rio-Niterói, a cidade se tornou sinônimo de grandiosidade e inovação.
Essas grandes obras são reflexo, no que diz respeito a mudanças, da coragem e ambição que tínhamos no passado. No entanto, nos últimos anos, parece que perdemos parte dessa vontade de resolver os nossos problemas e construir um futuro melhor, aceitando, no lugar disso, a imagem de capital nacional do crime,
da informalidade e da desordem.
Não por acaso, cerca de 59% dos cariocas afirmam que se mudariam do Rio se pudessem, segundo pesquisa do Datafolha de 2022. Simplesmente desistiram do Rio. Nesse contexto, a violência urbana e a rede de transportes são apontadas como as maiores preocupações dos moradores da cidade, de acordo com o Instituto Rio 21 (2023).
O fato é que perdemos protagonismo econômico. O Rio de Janeiro é o estado que mais perdeu, neste século, importância econômica no país. Em 2002, a economia do estado representava 12,38% do PIB nacional. Dezoito anos depois, caiu para 9,91%. 
Nossos problemas e necessidades mudaram ao longo dos últimos 50 anos. A cidade, que cresceu como capital federal, ganhou proporções de metrópole e, como tal, enfrenta os problemas decorrentes dessa condição. Mas será que estamos encarando esses problemas de frente?
Não, não estamos. A cidade enfrenta desafios enormes de mobilidade e segurança. Regiões inteiras estão dominadas por facções criminosas. Os moradores demoram horas para ir e voltar do trabalho. Essa cidade não é grande nem inovadora. Esse é o Rio que vem perdendo as esperanças.

Bom, aí você pode argumentar: mas e os grandes eventos que ainda recebemos, como Carnaval, Réveillon, Madonna? Na minha opinião, isso é muito pouco. Nossos problemas não são os mesmos do passado, mas são tão complexos quanto antes e merecem a mesma coragem e ambição que tínhamos.
Temos que investir em mobilidade urbana, ampliar nosso transporte de massa. Ofertar moradia acessível e barata, dando uso a imóveis públicos abandonados. Firmar posição como a capital verde do Brasil, tendo gestão correta de resíduos sólidos. Repensar as políticas de segurança pública, agindo com inteligência.
Para que todas essas iniciativas sejam possíveis, é necessário um pacto social entre governo, iniciativa privada e sociedade civil. A transparência na gestão pública, a eficiência na aplicação dos recursos e a participação ativa dos cidadãos, através da escolha de representantes que busquem implementar soluções modernas, são elementos essenciais para criar um ambiente propício ao desenvolvimento.
O Rio já demonstrou sua capacidade de superar desafios e realizar feitos extraordinários. Com a mesma ambição e coragem que nos legaram o Cristo Redentor e a Ponte Rio-Niterói, podemos enfrentar os problemas atuais e construir um futuro melhor. Juntos, podemos fazer do Rio um lugar de orgulho e oportunidades para todos. Porque, sim, o Rio tem jeito!