Francisgleydisson (Edmilson Filho) - Ramon Vasconcelos/Rede Globo
Francisgleydisson (Edmilson Filho)Ramon Vasconcelos/Rede Globo
Por Gabriel Sobreira

Rio - O humor despretensioso de um cabra da peste arretado, que não desiste dos seus sonhos, e de sua turma porreta tem feito a alegria de muitos telespectadores nas noites de terça-feira, na Globo. Nos episódios exibidos nas duas últimas semanas, a série 'Cine Holliúdy' atingiu médias de 22 pontos (dia 14) e 20 (dia 21), mantendo a liderança de audiência na faixa.

O protagonista Edmilson Filho, que interpreta o carismático Francisgleydisson, diz que o sucesso da produção era esperado. Segundo ele, os motivos são os mais variados, como o elenco, o roteiro, o universo de 'Cine Holliúdy', entre outros. "O brasileiro gosta de se ver, gosta de escutar suas histórias, seus sotaques. E o Brasil tem histórias maravilhosas de ponta a ponta. Uma coisa verdadeira, que não é plastificada, que não veio de fora, e que traz uma memória coletiva que todos nós compartilhamos. O brasileiro se vê na TV e sabe que ali tem um pouquinho dele", defende o ator, de 42 anos.

Segundo Patricia Pedrosa, a diretora artística de 'Cine Holliúdy', ela também esperava que a série fosse bem recebida, por ter características muito brasileiras, como a dramaturgia leve, que traz identificação imediata com diversas faixas etárias. "É uma série para assistir com toda a família", explica ela. "O sucesso de qualquer trabalho deve ser atribuído às pessoas envolvidas. No nosso caso, isso se refletiu em todos os departamentos, passando pela equipe técnica, pelos parceiros artísticos e pelo nosso elenco. Mas a cereja do bolo foi mesmo o amor. Ele esteve presente em todos os momentos, em todos os lugares pelos quais passamos, em todas as cenas que filmamos", completa animada.

Vida no exterior

Morando nos Estados Unidos desde 2001 (atualmente, vive com a mulher e as filhas na Califórnia), o comediante diz que vem muito ao Brasil. Para ele, o fato de morar fora do país tem seus prós e contras. "Aqui (na Califórnia) tem mais segurança, mais tranquilidade. Com menos você consegue comprar mais, tem uma qualidade de vida melhor. Do Brasil, eu sinto falta dos amigos, daquela conversa na calçada, da comida. Longe, só de corpo. De espírito e de alma, sempre no Ceará", entrega ele, que tenta acompanhar a repercussão da série.

"Na Califórnia, são quatro horas a menos do horário no Brasil. Acompanho nas redes sociais, e a resposta está sendo muito positiva. Todo mundo falando bem, mandando mensagem, dizendo que fazia tempo que não via uma coisa assim na TV. E, realmente, tem uma geração nova que nunca viu essa coisa tão brasileira. E aquelas lá de trás, que já viram e já conhecem, estão voltando e trazendo essas memórias", comemora ele, que quando questionado se a série terá uma segunda temporada, diz não saber. "Todo mundo torce, é claro. Mas é algo que só o tempo vai dizer", destaca.

Episódio de hoje

Para se ter uma ideia das confusões em que o dono do cinema da fictícia Pitombas se envolve, no episódio de hoje, Francisgleydisson resolve fazer um filme de romance. Mas como a prefeitura vai investir no longa, o prefeito Olegário (Matheus Nachtergaele) decide trazer um galã, já que a prefeitura vai investir no filme.

"Quando o Francis vê que é um galã de novela, começa a achar que esse cara pode ser concorrência para ele, porque pode ter beijo (com a musa dele, Marylin, vivida por Letícia Colin). Então, ele (Francisgleydisson) decide fazer a maior história de amor do mundo, 'A Paixão de Cristo', que não tem beijo", diverte-se o protagonista.

Infância

Edmilson Filho conta que o humor está na vida dele desde pequeno. O artista afirma que é assim com a maioria dos comediantes. "Ninguém se descobre comediante depois dos 30. Quando o cara é comediante, é desde cedo", decreta, aos risos. Natural de Fortaleza (CE), o ator começou a fazer graça ainda na escola. Até que, um dia, precisaram de um comediante cearense para participar de uma gincana. "E eu fui. Foi quando comecei no humor de vez. Depois, ganhei vários festivais de comédia no Ceará", lembra, orgulhoso.

Cinema

A partir dos festivais, ele começou a se apresentar profissionalmente na noite da cidade natal com números de humor. Foi nesse momento que ele percebeu que precisava ser ator. Paralelamente à paixão pela comédia, o intérprete de Francisgleydisson sempre gostou da sétima arte. E foi justamente a paixão pelo cinema que o levou a começar a fazer arte marcial.

"Vendo filmes de Bruce Lee, Jackie Chan, Jet Li. Acho que o destino colocou a gente junto na academia treinando taekwondo e depois nos colocou para fazer os filmes. E taí, todo mundo já sabe o resto da história", diz Edmilson sobre a amizade com Halder Gomes, que começou em 1993, quando lhe deu aulas de taekwondo na academia e que, anos mais tarde, escreveria e dirigiria 'Cine Holliúdy' (2013), o filme.

Atleta

No taekwondo, Edmilson acumula títulos como várias vezes campeão cearense, campeão do Norte-Nordeste, dois campeonatos brasileiros e uma Copa do Brasi, três vezes campeão nacional, campeão na Europa e nos Estado Unidos.

"Dei uma pausa na minha carreira artística justamente porque eu queria viver essa vida de atleta. E eu sei que a vida de atleta é temporária. Então, eu sabia que um dia voltaria a atuar", lembra ele, cuja carreira deslanchou a partir do longa 'Cine Holliúdy'.

Recentemente, Edmilson estrelou a sequência 'Cine Holliúdy 2: A Chibata Sideral' (2019), que ficou à frente do blockbuster 'Capitã Marvel' na bilheteria do Ceará. "As pessoas vão ao cinema porque se identificam com a história, com o Francisgleydisson, com essa coisa de não desistir nunca, de estar sempre se reinventando", explica.

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