Fernanda Torres, Matheus Nachtergaele, Alexandre Nero e Bruno Mazzeo nos bastidores do lançamento da segunda temporada da série 'Filhos da Pátria' - Gabriel Sobreira
Fernanda Torres, Matheus Nachtergaele, Alexandre Nero e Bruno Mazzeo nos bastidores do lançamento da segunda temporada da série 'Filhos da Pátria'Gabriel Sobreira
Por Gabriel Sobreira

Rio - Arminhas com as mãos e "tchau, querido" são só algumas das referências que estarão presentes na segunda temporada de 'Filhos da Pátria', cujo lançamento para a imprensa aconteceu ontem, no Palácio do Catete (Museu da República), na Zona Sul do Rio. A estreia na Globo acontece no dia 8 de outubro. Serão dez episódios no total.

"Ninguém ali representa um político, mas sim um pensamento. Há vários políticos misturados ali dentro", esclarece Bruno Mazzeo, autor da série.

Ao contrário da primeira temporada, que foi ambientada em 1822, a história dará um salto e será contada em 1930. Os personagens continuam os mesmos. Porém, apesar de desembarcar um século à frente, tanto a família Bulhosa quanto seus agregados, cada um a seu tipo, interagem na nova conjuntura política, social e econômica do país.

"O legal da série é que o esqueleto da sociedade continua igual", reflete Fernanda Torres, intérprete da materialista e elitista Maria Teresa. Para Alexandre Nero, que vive Geraldo, o patriarca da família Bulhosa, a grande graça da série, e a desgraça também, é justamente a identificação com os dias atuais. "A questão da corrupção é uma delas. São também as coisas arcaicas, o racismo, as mulheres ganhando menos. Mais do que nunca, o passado está escancarado no futuro do Brasil. Se continuarmos como estamos, 1930 está aí, em 2030. Estamos em 1930", provoca.

No caso da personagem Maria Teresa (Fernanda Torres), ela não consegue entender como é que uma pessoa tem que ter folga. A mulher de Geraldo acha um absurdo a empregada Lucélia (vivida por Jéssica Ellen) ter horário. "E como tudo no Brasil, as relações se dão pelo afeto. A Maria Teresa fica magoada da Lucélia ter uma folga, ela fica triste", se surpreende Fernanda.

Disposta a exigir seus direitos, Lucélia bate o pé e enfrenta a patroa. "É um momento em que ela (Lucélia) coloca os limites dela e que ela também percebe que aquela família depende dela também. É um momento bem legal da serie de virada da personagem", avalia Jéssica Ellen.

"Existem milhares de empregadas que são exploradas e que isso acontece até hoje. Existem muitas Lucélias que não vão poder fazer o que a Lucélia da ficção fez. É quase uma denúncia, ainda que de forma engraçada, superficial, é uma das poucas cenas da série que você vai assistir e falar: 'Eita, não é engraçado'", completa.

No caso do personagem Geraldo (Nero), um funcionário público, ele continua sendo um homem apagado que se vê levado pelas circunstâncias a abandonar os poucos princípios éticos que lhe restam. Com o tempo, ele ainda descobre uma nova faceta: a de opressor.

"Senti o Geraldo um pouco mais inteligente do que na primeira temporada, onde ele era levado mais pela inocência. Agora, ele sabe o que está fazendo, sabe que está errado e mesmo assim ele faz", explica Nero.

Ainda no elenco, nomes como Johnny Massado, Serjão Loroza, Matheus Nachtergaele, Lara Tremouroux, Adriano Garib, Letícia Isnard e José Rubens Chacha, entre outros.

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