Ellen Rocche é Marion em 'Éramos Seis' - Globo / Raquel Cunha
Ellen Rocche é Marion em 'Éramos Seis'Globo / Raquel Cunha
Por Nathalia Duarte
Rio - O que Suzy, de 'O Outro Lado do Paraíso', Dona Capitu, da 'Escolinha do Professor Raimundo', e Marion, de 'Éramos Seis', têm em comum? Além de serem interpretadas por Ellen Rocche, para as três personagens a atriz teve que pôr toda a sensualidade em jogo nas cenas. Para a trama de 2017 de Walcyr Carrasco, Ellen chegou a se vestir de tigrete nas cenas mais sensuais com Samuel (Eriberto Leão). Agora, ela volta com o jogo de sedução na pele da dançarina de cabaré Marion, na próxima novela das 18h, que estreia hoje na Globo. Para a atriz, a sensualidade nunca foi um ponto a ser abordado, mas Ellen celebra cada papel.
“Não sei por que me escalam para o papel de gostosa, mas, enquanto me chamam para ser a bonitona, é porque eu estou bonita (risos). Sou recatada e me chamam para fazer a destruidora de lares, acho que devo fazer bem”, brinca a atriz.

No auge da vida e da carreira, Ellen celebra os 40 anos em ótima forma, mas, acredita que beleza seja algo muito mais subjetivo que mera aparência física. “A mulher bonita é a que está feliz com o que ela é. Que se ama. Beleza é muito relativo. Às vezes você olha uma pessoa que não é muito bonita, mas tem essa energia, essa força interior que faz toda a diferença. Tem que se amar. Estou me sentindo bem, feliz com meu corpo, minha vida, meu momento profissional, afetivo. Isso faz a diferença”, aponta Ellen.
Publicidade
Para viver Marion, Ellen abandonou o loiro, visual já característico da atriz, para um tom mais escuro e cabelo mais curto. A novidade foi anunciada no Instagram da própria atriz, e aprovado pelos fãs.

“Achei que ninguém fosse me reconhecer. Mudei o cabelo e saí do salão achando que não seria reconhecida na rua. Mas, assim que coloquei o pé na rua, já me pediram uma foto. Eu amei esse tom novo. Não sou de mudar muito, mas estou sempre aberta. Eu amei o novo visual, me sinto mais leve”, afirma a atriz.

Diferentemente de Ellen, Marion apresentará diferentes visuais ao longo dos capítulos. Processo pelo qual a atriz está adorando passar. “A Marion é meio camaleônica. A cada dia ela estará de um jeito. Então terá a peruca preta curta, a loira longa, ruiva. e com uns figurinos de cair o queixo. Está tudo muito lindo”.
"Éramos Seis" baseada na novela original escrita por Silvio de Abreu e Rubens Ewald Filho, inspirada no livro de Maria José Dupré. Sucesso do SBT na década de 90, e na Tupi, em 70, a trama promete ser novamente um estouro. Se depender de Ellen, o sucesso já está garantido. "Era um sonho fazer novela de época e ainda bem que estou realizando com um clássico como 'Éramos Seis'. Assisti quando era pequena no SBT, me lembro da história por alto. Preferi não reassistir porque existe uma adaptação. É diferente. Claro que mantém toda a história, mas está num contexto diferente. Acho que o público irá gostar".

Dança sem rebolado
Além da mudança de visual, Ellen também teve que passar por algumas aulas de dança. Participante da oitava edição do “Dança dos Famosos”, do “Domingão do Faustão”, e rainha da bateria há 13 anos da Rosas de Ouro, no Carnaval paulista, a atriz teve que segurar o quadril para aprender os ritmos que embalarão a trama.

“O difícil é desaprender o que já aprendeu. Ensaiei maxixe e samba, com o Ricardo Pereira, Nicolas Prattes. O dança dos famosos te dá uma consciência corporal, mas foi difícil para segurar o quadril. Ele tem vida própria, eu rebolava e nem percebia. É mais difícil voltar no tempo. Eu danço gafieira, mas ela evoluiu com o tempo. Além do quadril, tem o braço que é diferente, a postura, a marcação da dança. Foi um desafio”, comenta.

Calo no pé
Apesar de ser uma verdadeira “pé de valsa”, Marion será um calo no pé do casal principal, já que a dançarina de cabaré será de Júlio, interpretado por Antonio Calloni, marido de Lola (Gloria Pires). Apesar da raiva geral que a personagem irá causar no público, Ellen defende a moça.

“Eu odiei ela quando eu li, mas essa novela tem uma visão muito legal, porque é a vida sob a ótica da mulher, principalmente da Lola, que conta toda a história que permeia. E é tão bonito ver essa história acontecendo, porque você vê o Júlio e, da maneira como ele é descrito, não existe culpado. Existe a situação. Com a Marion é a mesma coisa. Você entende a personalidade dela, o motivo dela ser de tal maneira. Não existe mocinho nem vilão”, diz a atriz, que completa explicando a relação entre os amantes vai muito além do físico. “Existe a amizade entre o homem e a mulher. Ele vai ao cabaré para dançar com ela, tê-la como confidente. Ela é tratada como uma amiga. Acho linda essa relação dos dois”.

À frente do tempo e determinada, a dançarina chamará a atenção de Júlio pelas qualidades interiores. “Ela é um suspiro da realidade dura do Julio. O cabaré simboliza esse lugar de descanso, confraternização. A Marion é uma mulher muito à frente do tempo. Ela é livre, e mais do que isso, ela gosta de ser assim. Ela é uma mulher muito digna. Ela é muito autêntica. Ele vê na Marion porque ela não é uma piriguete. Ela é uma mulher vivida, que sabe das coisas, inteligente, escolheu essa vida para ela”, defende a atriz.

Subida ao altar
Se na ficção a vida amorosa de Ellen não é das mais bem resolvidas, na vida real, a atriz só tem a comemorar. Há dois anos com o nutricionista Rogério Oliveira, Ellen está há um noiva do rapaz. Mesmo sem a data de casamento prevista, a atriz já tem alguns planos para a cerimônia.

“Ele é muito católico e eu acho lindo casar na igreja. É uma experiência que eu gostaria de passar. Então penso em uma cerimônia na igreja, uma coisa mais formal”, sonha Ellen, que garante que tem levado para casa o que vem aprendendo de dança burlesca com Marion: “A gente faz laboratório”, brinca.