Projota - Gilvan de Souza / Agencia O Dia
ProjotaGilvan de Souza / Agencia O Dia
Por Juliana Pimenta

Rio - Moleque de vila, José Tiago perdeu a mãe aos 7 anos de idade. Aos 15, o garoto que não tinha nada começou a ver o rap como profissão. Hoje, o JT virou Projota e, aos 33 anos, comemora o convite para se apresentar, no próximo sábado, no palco Sunset do Rock in Rio.

"Nossa, eu vejo um filme passando pela minha cabeça. Já tem muito tempo desde as primeiras batalhas de MC e, de lá pra cá, muitas coisas aconteceram. Mas é importante ter essa perspectiva de que eu passei por muitos degraus para chegar no Rock in Rio. E posso dizer que agora estou preparado para isso. Talvez, se o convite tivesse vindo há alguns anos, eu ainda não teria bagagem para um momento desses. No dia, a ansiedade vai pegar. Mas na hora que eu entrar no palco, vou ter que ter sabedoria para canalizar essa ansiedade em energia boa para dividir com o público", conta o rapper mais popular do país.

Focado em manter a positividade lá no alto, Projota está em êxtase com a oportunidade de tocar no maior festival de música do mundo. "Estou muito feliz e me sentindo muito lisonjeado pelo convite, além de toda essa divulgação. Ser convidado para cantar no Rock in Rio é como ser convocado pela Seleção. Nós fomos convocados, vamos vestir a camisa e entrar em campo para jogar da melhor maneira e fazer o gol", brinca ao afirmar que, apesar do entusiasmo, o reconhecimento do rap é mais do que merecido.

Parcerias

"Em 2006, eu e Emicida estávamos juntos em uma batalha de rima organizada pelo Criolo. E olha onde nós estamos hoje! Por volta de 2011, eu já dizia que esse auge do rap se aproximava. O hip hop é um movimento em que cada artista que entra deixa a porta aberta para o próximo. Naquela época, eu, Emicida e Criolo estávamos surgindo, e sabia que era só o começo. Nós éramos uma geração que estava chegando e que naturalmente iria promover uma nova geração que iria chegar, como é o caso do Djonga, do Baco Exu do Blues, do Xamã e tantos outros", conta, com orgulho, sobre a possibilidade de fazer parte da trajetória de outros artistas, como aconteceu com Vitão, cantor de 20 anos que, além de dividir o palco com Projota no sábado, faz parte do sucesso 'Sei Lá', umas das 50 músicas mais tocadas no país pela plataforma de streaming Spotify.

"O moleque é sensacional. Para ele, também deve ser um momento especial, ainda mais sendo tão novo e tendo um caminho tão diferente do meu. Mas isso também é legal de ver. É bom perceber que não existe fórmula exata ou um caminho específico para seguir. Você tem várias maneiras de dar certo. Mas a gente é amigo, e a música está tocando muito bem. Estamos há meses no topo do Spotify e vai ser muito bom poder cantar juntos com a música na boca do povo", destaca.

Críticas

Mas, para não dizer que não falei do ódio, volta e meia, Projota é acusado de ter se afastado da raiz do hip hop, principalmente quando lança músicas românticas ou álbuns que se tornam muito populares. Em contrapartida, o rapper encontrou uma saída produtiva para lidar com os comentários negativos e as críticas ao seu trabalho. "Todo artista, quando atinge um nível de projeção, recebe crítica. As pessoas vão conhecendo mais o seu trabalho e descobrem coisas que elas não se identificam e naturalmente não gostam. Mas eu sempre fui muito tranquilo para lidar com isso. Raramente, eu me abatia em uma situação dessas, mas quando acontecia, colocava esse desprazer em música e acabava ajudando meu trabalho", desabafa.

Paizão

Casado desde maio, Projota aguarda a chegada da sua primeira filha, Marieva. "Eu não tinha preferência, mas sabia que ia ser uma menina. Estou muito feliz: alegria 100%, ansiedade, positividade e vivendo tudo intensamente. A gente está sempre ansioso e esperando pela nova fase. Até baixamos um app que acompanha o crescimento do bebê. Agora, apareceu que ela está do tamanho de uma banana", revela o cantor, que tem planos de dar irmãos para a filha e pretende, no futuro, adotar uma criança.

 

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