Nicolas Prattes - Alfredo - Globo/Raquel Cunha
Nicolas Prattes - AlfredoGlobo/Raquel Cunha
Por Nathalia Duarte

Rio - Nos últimos quatro anos, Nicolas Prattes tem sido uma figurinha carimbada nas novelas da Globo. Tudo começou na estreia em 'Malhação: Seu Lugar no Mundo', como Rodrigo, em 2016, e foi tomando grandes proporções. Logo, ele emendou com o rockeiro Zac, da banda 4.4, em 'Rock Story' (de 2016/17), e, no ano seguinte, foi o apaixonado Samuca, de 'O Tempo Não Para'. Em 'Éramos Seis', quarta novela consecutiva, Nicolas é o dedicado e atrapalhado Alfredo. Para o ator, o momento é de celebração.

"Fiquei muito feliz quando descobri que seria o Alfredo. É o personagem mais diferente que já fiz. Acabei de sair do ar. Então, o maior desafio é que as pessoas me reconheçam nesse novo desafio. Trabalho para que as pessoas esqueçam do antigo. Tenho que ser um papel em branco sempre. O desafio é pintar e colorir com as melhores cores possíveis", explica.

E Nicolas precisa colorir o quadro de Alfredo, o mais genioso dos filhos de Lola (Gloria Pires) que só se envolve em confusão e briga, principalmente com Carlos (Danilo Mesquita). As características, inclusive, se assemelham muito com o ator na infância. "Sempre fui muito inquieto. A hiperatividade sempre me acompanhou, nesse sentido sou bem Alfredo. Estudei em seis escolas porque não conseguia me adaptar. O teatro que me acalmou", conta.

Com o sucesso da trama no SBT, na década de 1990, e na Tupi, na de 1970, Nicolas teve um vasto material em que se basear. Para viver o personagem, o ator conta que assistiu às outras versões da novela e ainda leu o livro, escrito por Maria José Dupré. "Assisti à versão do SBT, que tem muito arquivo. Mas agora nós adaptamos o tipo de câmera, luz, o espectador também é diferente. Eles são muito mais responsivos. Querem assistir à novela até para sair um pouco da realidade. Para isso, busquei muitas referências. Tive até que ler o livro três vezes", conta.

Outro personagem

O motivo de precisar ler o livro tantas vezes foi porque Nicolas não foi escalado para ser o Alfredo. Na verdade, quando o ator foi convidado para fazer parte da trama pelo diretor artístico Carlos Araújo, ele seria o Carlos. Já na primeira conversa, Nicolas deixou claro seu desejo por outro personagem.

"Quando o Carlinhos (diretor) me chamou para conversar, comecei a ver episódios da novela e estudar sobre. De cara já gostei do Alfredo. Tinha saído de um personagem que era muito boa praça (Samuca, em 'O Tempo Não Para') e queria fazer algo diferente. Não queria viver um bonzinho de novo. Logo já perguntei se eu poderia fazer o Alfredo, mas o diretor falou que queria que eu fosse o Carlos. Tentei dialogar e concordamos em me deixar sem personagem fixo", explica Nicolas.

A decisão sobre qual seria o destino do ator saiu um pouco antes do início da novela. "Foi decidido no caminhar das coisas. Fui me preparando como Carlos, tendo aulas como Carlos, lendo, estudando... Dois meses antes da novela estrear, me mandaram ser o Alfredo. Foi o personagem que mais pedi para fazer. Então, acabei lendo o livro pensando como Nicolas, Carlos e, por fim, Alfredo", brinca Nicolas, que teve que fazer algumas adaptações, não somente físicas, para viver o personagem.

"Deixei o bigode crescer e demorei a me adaptar. Estranhei muito. Também fiz aulas de maxixe, samba... praticamente um 'Dança dos Famosos'. Fizemos seis meses de preparação. Foi a maior preparação de novela que eu já fiz", explica.

Sucesso atemporal

Apesar de tratar de uma novela de época, 'Éramos Seis' já comprovou que é um sucesso atemporal. Para Nicolas, tal fato se deve a algo muito simples de se explicar: a família brasileira.

"O público se identifica. O texto é atemporal. A família é atemporal. E 'Éramos Seis' é isso. O jeito que você ama, que lida com seu familiar. As diferenças na maneira de lidar. Tudo ainda existe. Foi por isso que a novela fez esse sucesso em todos os anos. Porque essas questões são atemporais".

 

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