Rodrigo Suricato - Divulgação/Renan Oliveira
Rodrigo SuricatoDivulgação/Renan Oliveira
Por RICARDO SCHOTT

Rio - Enquanto encara a turnê de 'Viva', disco novo do Barão Vermelho (banda na qual atua como vocalista e guitarrista desde 2017), Rodrigo Suricato divide seu tempo com o Suricato, sua banda, que lança agora o terceiro disco, 'Na Mão As Flores'. Após trabalhar com um time de músicos nos primeiros discos e nas aparições da banda no 'SuperStar', em 2014, ele resolveu adotar nos shows um esquema de banda-de-um-homem-só.

"Eu canto, toco guitarra, bateria eletrônica, violão e até percussão com o pé nos shows", conta Suricato, que também se responsabilizou por produzir o novo disco, ao lado de Marco Vasconcellos. "Tem um momento no show em que eu toco vários instrumentos. Estou flertando um pouco com a música eletrônica, mas isso veio muito da maneira como os músicos de rua trabalham, com instrumentos que às vezes são meio rudimentares, não estão afinados. Quis dar uma aprimorada nisso e trazer um pouco pro meu universo".

O novo disco, que tem músicas como 'Admirável Estranho', 'Astronauta', 'Solidão' e 'Horizonte', continua no som meio folk da época de 'Sol-Te', o segundo e mais popular disco da banda. O repertório surgiu de trinta canções compostas ao longo de dois anos.

Rodrigo lembra que quando começou a trabalhar com sons acústicos, não havia uma onda de folk no Brasil como há atualmente. "Virou um boom, né? O folk virou até trilha de propaganda de margarina", brinca. "Na época ainda não tinha Anavitória, Ana Vilela e outros artistas, não estava popularizado. E o folk que eu fazia, apesar de ter uma letra positiva, ainda tinha uma sonoridade mais contemporânea, umas misturas com blues".

Barão

Ao chegar no Barão Vermelho, no lugar que já foi de Cazuza e de Frejat, Rodrigo propôs novas ideias e apresentou letras e músicas.

"Tenho uma perspectiva de fã e entendo como pensa o fã da banda. É importante que a banda, em 2019, não tente repetir o que foi em 1990, 1986. Seria uma piada. O Barão tem quase 40 anos de carreira, isso é uma vida artística exercitada", conta. "O Barão veio de uma época em que o rock era mato. Acho que hoje em dia dificilmente veremos carreiras sendo construídas durante muito tempo. As pessoas lançam EP e single porque fazer um disco inteiro é difícil pra caramba, é uma imersão enorme".

Projetos

Entre as canções do novo disco e o trabalho com o Barão Vermelho, Suricato vem fazendo trabalhos extras.

"Acabei de fazer a direção musical do show novo do Paulinho Moska, gravei no disco novo da Ana Carolina, no disco novo da Zélia Duncan... Quanto menos enclausurado eu me sentir dentro de um lugar, melhor para mim. Gosto de criar artisticamente sem muitos rótulos", conta.

 

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