Grupo Raça - Divulgação/Carlos Junior
Grupo RaçaDivulgação/Carlos Junior
Por RICARDO SCHOTT

Rio - O assunto aqui é samba e pagode. Mas citando um sucesso de Rita Lee, agora só faltava o Grupo Raça. O grupo de pagode surgido na Abolição fez sucesso nos anos 1990 com os hits 'Chamego' ("o teu chamengo é o meu xodó/o teu xodó me faz um bem") e 'Tô Legal' ("apesar disso tudo tô legal/quero mais é te ver feliz"), e ao contrário de contemporâneos como Só Pra Contrariar e Raça Negra, ainda não havia sido redescoberto, nem lançado música nova.

Agora, o grupo lança o single 'Cria da Comunidade' e mostra a nova música na primeira edição da Roda do Raça, que acontece neste domingo no tradicional Renascença Clube, no Andaraí.

"O que mais mexe com a a gente ainda hoje é quando a gente canta nossas músicas e vê que aquilo está realmente fazendo parte da vida das pessoas, como se fizesse parte da linha do tempo delas. Uma vez tocamos 'Chamego' num show no Sul e um cara nos falou que conheceu a mulher dele ao som dessa música. Disse que ela era a história da vida dele. As pessoas adoram o verso 'na hora de fazer amor nós somos só verdade'", conta Leo Acioly, que canta e toca banjo no grupo.

Totonho, percussionista que está na banda desde o auge, lembra de uma época em que o grupo percorria todo o Brasil lançando seus maiores hits. "'Chamego' ficou nove meses em primeiro lugar", recorda. "Era uma época muito feliz, em que a gente viajava o país todo. Os shows estavam sempre lotados. Agora é a hora de voltar".

Leo e Totonho dividem a banda com Marley, Valney (ambos percussão), Paulinho (cavaquinho) e Vagner Bahia (violão). O Grupo Raça, apesar de ter feito sucesso nos anos 1990, vinha de alguns anos antes: a primeira formaçao surgiu em 1985.

"O grupo começou fazendo um samba mais tradicional e depois passou a seguir as tendências, botar teclados nas músicas, a ter umas letras mais românticas. O samba estava invadindo as rádios e as TVs. E nosso público feminino aumentou. Toda mulher é romântica!", acredita Leo, que vê os fãs fazendo coreografias na hora de 'Chamego'. "As pessoas interagem com a música".

Convidada especial

O Renascença é definido como templo do samba por Totonho e Leo. "É o local mais apropriado para lançarmos a música. Ficamos em êxtase por tocar lá", conta Leo. O grupo vai contar com ninguém menos que Alcione como convidada da apresentação, cantando os sucessos dela, como 'Estranha Loucura', 'Não Deixe o Samba Morrer' e 'Meu Ébano'.

"O desejo é que essa roda seja a primeira de muitas, sempre com convidados especiais que fazem parte da história do Grupo Raça. É um evento de união, música boa, cerveja gelada, samba no pé e alegria", alegra-se Totonho.

No set list do show, o grupo também recorda sambas como 'Baleiro' e 'Seja Mais Você', além de clássicos dos repertórios de Almir Guineto, Jorge Aragão, Arlindo Cruz e Zeca Pagodinho.

Tô legal

O outro grande hit do grupo, 'Tô legal', também está sempre presente nos setlists do grupo. E Leo recorda que a música no começo era bem diferente.

"Ela era um rock! Mas o produtor botou pilha para a gente gravar mesmo assim", conta o músico. "Ele ouviu e disse: 'Olha, acho que isso aqui dá pra virar um samba'".

RENASCENÇA CLUBE. Rua Barão de São Francisco 54, Andaraí (3253-2322). Domingo, às 14h. R$ 20 (antecipado) e R$ 35 (na hora).

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