Theatro Municipal: evento para celebrar Chiquinha Gonzaga - Divulgação
Theatro Municipal: evento para celebrar Chiquinha GonzagaDivulgação
Por *Lucas França

Rio - Música e memória se misturam para celebrar, hoje, no Theatro Municipal, o aniversário de Chiquinha Gonzaga, primeira maestrina e compositora do Brasil. Com distribuição de senhas às 10h30, a programação gratuita começa às 11h, incluindo uma visita guiada e a abertura de exposição com fotos e objetos de Chiquinha. O destaque é o piano da regente, que faz parte do acervo do Municipal, como ela desejou antes de morrer, em 1935. Ao meio-dia, o público será levado à Sala Mário Tavares, onde será apresentado um recital em homenagem a Chiquinha.

Canções como 'Meditação', 'Feijoada Brasileira' e a clássica 'Ó Abre Alas', primeira marchinha de Carnaval, fazem parte do repertório do trio de músicos — Neti Szpilman, Maria Luísa Lundberg e Moisés Santos. Em certos momentos do espetáculo, a música dá lugar à narração da história de Chiquinha, feita pela soprano Neti, que interpreta a fase jovem da maestrina. O grupo tem aprimorado o recital há 5 anos.

Chiquinha era abolicionista, idealista da MPB em tempos de domínio da música erudita e divorciada duas vezes quando as mulheres eram mal vistas ao tomar essa decisão. A trajetória dela inspirou tanto a pianista Maria Lundberg quanto a soprano Szpilman, que interpreta Chiquinha na fase mais jovem. "Ela fez o que queria, trabalhou à noite, não se calava. Deixava claro o que pensava", diz Neti.

Segundo Fátima Gonçalves, chefe do CEDOC (Centro de Documentação) do Theatro Municipal, na época em que a maestrina viveu, o Theatro era "muito erudito", distante do ímpeto popular de Chiquinha, que nunca se apresentou no local. "Queremos celebrar a força que o feminino impõe, quando as mulheres querem ser respeitadas na sua dignidade, força e bravura", diz.

*Estagiário sob supervisão de Paulo Ricardo Moreira

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