Susana Vieira - Paulo Belote/TV GLOBO
Susana VieiraPaulo Belote/TV GLOBO
Por O Dia

Rio - Susana Vieira é daquelas que chega causando. Dando risadas, sincerona como sempre. Interpretando a Emília, tia sovina de Lola (Gloria Pires) em 'Éramos Seis', novela das 18h da Globo, a atriz responde a todas as perguntas, evitando apenas comentar sobre a leucemia, descoberta há quatro anos: "Não quero falar mais disso. Só de coisas boas". Aos 77 anos, ela já fez de tudo na TV. Foi malvada, boazinha, dissimulada, fogosa... E não descarta nenhum tipo, seja em trama inédita ou remake. Mas o que muitos não imaginam é que Susana tem um sonho: dividir suas experiências respondendo cartas das ouvintes... pelo rádio! Seriam aulas de alegria, força e vontade de viver daquela que ama ser chamada de diva.

Programa feminino

"Eu tenho loucura por trabalho em rádio, ter um programa feminino de cartas! Sei que não se usa mais, mas adoraria responder. Queria um programa no qual falasse com as mulheres, porque não tenho nada a falar com homem, nada! Adoraria que a pessoa me perguntasse sobre o que quisesse, e eu não fosse aconselhar, e sim falar da minha experiência, tirar muita gente da depressão, quem tem problema de feiura, de gordura... Quero dizer todos os defeitos que tenho para mostrar à pessoa que ela não precisa ser infeliz. Por exemplo, perguntas sobre fulano me deixou: 'Ah, minha filha, dá graças a Deus. Ele te deixou? Vai com Deus!' Xô, chuta que é macumba!".

Remake de Éramos Seis

"Para mim é uma nova novela que me chamaram para fazer. Não tive nenhum problema de ser remake. Só me deixa encantada de saber o que o público está querendo. A Globo faz uma pesquisa, porque a Globo não é doida. Acho que se estão querendo 'Éramos Seis', fico superfeliz de estar na novela".

Mão fechada e amargurada

"Claro que não vou ficar dando dinheiro à família da minha personagem, por isso que faço a tia má. Emília é uma viúva solitária, tem uma filha com autismo, é uma mulher amargurada. Mas é fina, de família aristocrata, rica. Para essa mãe, naquela época, ter uma filha com essa síndrome comportamental era complicado. Emília largou tudo na vida dela! E a outra filha, linda, educada, fina, ela mandou estudar na Suíça para não conviver com a irmã. Ela tem vergonha de revelar à família".

Emília (Susana Vieira) - Globo/Raquel Cunha

Sem muita maldade

"Ninguém vai fazer mal para ninguém nessa novela. Não existe assassinato, não tem a outra querendo pegar a fábrica de ninguém. Não tem o irmão que é mau contra o outro irmão. Não tem a irmã gêmea que chega depois. Acho que é uma novela das antigas, como se fala, como era 'A Sucessora' (de Manoel Carlos), sem esses problemas de crimes, assassinatos tão em voga hoje, que seguram uma novela".

Textos curtos

"Diálogos de novela na televisão hoje em dia têm que ser 'oi, tudo bem, sim', e acabou. Atualmente, um capítulo leva não sei quantas cenas, digamos 35. Antigamente, não. Hoje em dia é um estresse, você não entende o que falam. Você levanta para fazer um pipi, e quando volta, tem outra cena em que o cara já está casado. O cara que era marido da outra já virou gay na outra cena. É tão rápido, você nem viu onde é que ele arrumou o bofe! Eu não sei a que horas o Malvino (Salvador) virou gay nessa novela ('A Dona do Pedaço'). Ele estava em casa, casado com a mulher. Essa pressa, esse desespero..."

Feminismo em família

"Desde criança, conheci minha mãe trabalhando, então, nunca tive que ir para a rua batalhar, botar camiseta: 'Não encosta em mim'. Eu mesma disse para quem eu quis: 'Não encosta em mim'. Eu vou deixar quem eu quero que encoste; e outros, não. Sempre trabalhei, desde os 16 anos eu era bailarina. Minha mãe trabalhava na embaixada do Brasil com meu pai. Então, para mim, mulher que trabalhou, que se arrumou, que se maquiou, que vi em todo meu núcleo familiar, já era feminista. Todo mundo botando dinheiro em casa. Os maridos machões, como sempre. Entrei na televisão a hora em que quis. Nunca dei confiança para ninguém invadir alguma coisa que eu não quisesse. Nunca 'dei' para ninguém, não precisei fazer teste do sofá, nada. Não estou nessa briga toda que as pessoas estão. O feminismo, na minha vida, existiu naturalmente".

Dinheiro para gastar

"Mesmo hoje em dia, economicamente mais segura, se eu parar de trabalhar quatro, cinco meses, aquele dinheiro que tenho lá eu já gastei, porque gasto mesmo, não sou de guardar. Quero ir todo ano a Miami, porque minha família mora lá; queria ir a Dubai porque é maravilhoso, ver como que é a primeira classe, e fui. Estou pagando até hoje (risos)".

Emília (Susana Vieira) - Globo/Raquel Cunha

Autoestima no alto

"Meu amor, eu estou aqui, bonita, renovada. O trabalho me rejuvenesce porque é a escolinha. Nunca me olhei no espelho e me senti mal com a imagem. Posso estar me sentindo gorda, como toda mulher. Tem mulheres magérrimas que se sentem gordas. Um conselho? Aprenda a ter autoestima!"

 

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