Bruno Mazzeo - Globo/Estevam Avellar
Bruno MazzeoGlobo/Estevam Avellar
Por Gabriel Sobreira

Rio - Bate panelas, 'tchau, querido' e gesto de arminha com as mãos. Autor de 'Filhos da Pátria', cuja segunda temporada é exibida pela Globo, Bruno Mazzeo diz que não se inspirou em ninguém especificamente. "Ninguém ali representa um político, mas sim um pensamento. Tem vários políticos misturados ali dentro", conta Mazzeo. "O objetivo não é falar diretamente de alguém, até porque esse 'alguém' passa (vai embora). A grande brincadeira para a gente na criação é falar um pouco da gente como povo, nosso DNA, de onde a gente veio, que estamos sempre atrasados, achando que 'agora vai' e vamos na contramão do mundo", acrescenta ele.

Censura?

Bruno Mazzeo conta que nessas duas temporadas da série nunca teve problemas de censura. "Nem interno nem de público, rede social. Nunca teve", ressalta ele, que insiste que a atração fala sobre o povo brasileiro. "Seja ele quem for, de que lado for", explica.

O roteirista afirma que para escrever a série precisou estudar bastante a história do Brasil, tema que ele já vinha estudando por interesse próprio. E fica claro para ele o quanto sabemos pouco sobre o nosso passado. "Estudo com meu filho para a prova de História dele da escola e é uma vergonha o que se ensina. Você não pode ensinar (sobre) Dom Pedro em uma página. A gente sabe muito pouco, a gente se interessa muito pouco. Um povo que não conhece a sua história está fadado a repeti-la", lamenta.

Terceira temporada

Com tanto material e faltando sete episódios para o fim da segunda temporada, Bruno já vislumbra uma terceira edição. "Não tem nada previsto, nunca foi falado, nem sei do interesse da empresa, mas sei que tenho na cabeça onde gostaria que fosse a terceira: Brasília", adianta, animado.

No último domingo, Bruno encerrou a quinta temporada da 'Escolinha do Professor Raimundo', em que interpreta o carismático mestre da atração. Mas Mazzeo revela que nem sempre esteve seguro do sucesso da produção.

"Em função desse ódio todo que a gente vive, achei que fôssemos ser muito atacado quando fizemos a 'Escolinha'. Todos nós. Lembro do Lucinho (Lucio Mauro Filho) me ligando na véspera do primeiro dia de gravação, e eu falando: 'Lucinho, a gente vai apanhar até sangrar'", lembra Bruno, aos risos.

Mas a reação foi bem oposta. "As pessoas foram tocadas no afeto, e a gente fez com tanto respeito e elas perceberam. Tocou em um lugar muito genuíno. É um programa que atravessou gerações. Hoje em dia, a gente está indo para a sexta (temporada). E eu achava que era só uma", diverte-se.

 

Você pode gostar
Comentários