Rio - Cantar na frente das câmeras ganhou um novo significado para Yara Charry. Acostumada a soltar a voz por trás de suas personagens, a atriz e cantora realiza, agora, um antigo desejo: o de mostrar sua própria identidade musical. Um sonho que vem se concretizando aos poucos, a cada domingo, no palco do programa 'PopStar'. "Estou muito feliz de mostrar mais das músicas que gosto e que conversam com meu coração", derrete-se ela.
Mas, se a pressão já era alta no início da competição, imagine agora que a disputa chega, amanhã, em sua fase ao vivo. "Vai ser praticamente uma segunda estreia. Sinto que o público conseguirá entender melhor minha emoção, porque, de alguma forma, estaremos mais próximos e conectados em tempo real", diz.
Aos 22 anos, Yara é a caçulinha da temporada, mas não se deixa intimidar. Afinal, além de ter mostrado sua voz em 'Malhação - Vidas Brasileira', no ano passado, a atriz também fez parte do Coral de Paris, na França, onde nasceu e teve seu primeiro contato com a música. "Agora é diferente. Estou ali como Yara, sem personagem, e muito feliz por poder me conectar de forma mais intimista com o público. Tem sido uma oportunidade de mostrar quem sou e do que gosto enquanto cantora", ressalta ela, com brilho nos olhos. "O coração dispara. É uma emoção diferente toda vez que subo ao palco, ainda que tenha me apresentado por dez anos cantando ópera na Europa", assume. Difícil mesmo vai ser controlar o frio na barriga, já que, nesta etapa, além dos especialistas, o público de casa vai poder votar nas apresentações através do Gshow.
Pela diversidade
Sob o comando de Taís Araújo, esta temporada do 'PopStar' apresenta um elenco variado que passa por atletas, jornalistas e um time de atores da Globo. Entre eles, a atriz Nany People e o ex-goleiro Jakson Follmann, que sobreviveu ao acidente da Chapecoense, em 2016. "A música é diversidade. É lindo ver as múltiplas possibilidades que existem dentro de nós. É uma grande família. Essa diversidade é importante para entoar o respeito ao talento de cada um e ao trabalho do artista", afirma.
Para ela, a representatividade da mulher negra — que lhe cabe — vai para além do palco. "Vivemos um momento de intensas reflexões, que reverberam em atitudes mais humanizadas. Penso que nossos antepassados estão orgulhosos, pois onde, nós negros, temos chegado é algo que talvez, há muitas décadas, fosse impossível. Estou sempre esperançosa e confiante de que estamos avançando", constata, citando Nelson Mandela: "Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele. Para odiar, as pessoas precisam aprender. E se aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar".
Da França para o mundo
Toda essa versatilidade, inclusive, já pôde ser vista no reality show musical da Globo. Logo no programa de estreia, Yara cantou a música 'La Vie En Rose', da cantora francesa Edith Piaf e, em seguida, um baladão do cantor americano Bruno Mars. As novidades, segundo ela, estão só começando. "Muitas surpresas podem acontecer. Meu repertório está baseado nas canções que dizem algo, em especial para mim. Estou mesclando com músicas em diversos idiomas", adianta ela, que fala mais de sete línguas diferentes.
Bagagem que a moça adquiriu enquanto trabalhava como modelo internacional e posou para diversas marcas cobiçadas do mercado da moda. "A moda é algo que faz parte de mim. Minha mãe foi modelo durante muitos anos, aprendi muita coisa com ela, além de ter tido a oportunidade de trabalhar na Chanel. A moda é sentimento, e as roupas comunicam nosso estado de espírito", reflete. O encanto fashionista pode ser visto tanto no palco quanto no dia a dia de Yara. "Confesso que gosto, na maioria das vezes, de uma produção mais inusitada", assume, aos risos.