Suzane Von Richthofen (Carla Diaz) e Daniel Cravinhos (Leonardo Bittencourt) - Stella Carvalho/Reprodução
Suzane Von Richthofen (Carla Diaz) e Daniel Cravinhos (Leonardo Bittencourt)Stella Carvalho/Reprodução
Por Gabriel Sobreira

Leonardo Bittencourt tinha aproximadamente 9 anos em 2002, quando o caso Richthofen estampava as manchetes dos jornais do país, ocupava os principais noticiários de TV e predominava nas rodas de conversas. Uma jovem de classe média alta assassinou os pais com auxílio do namorado e do irmão dele. Com tanta repercussão, não é de se estranhar que, passados 17 anos, uma enxurrada de críticas invadisse as redes sociais, após o anúncio na imprensa de que o crime ganharia as telonas.

"A internet achou que o filme daria algum dinheiro para eles (os acusados), daria posição de heróis para eles. Mas isso não é verdade", frisa Leonardo, o intérprete de Daniel Cravinhos nos longas 'A Menina que Matou os Pais' e 'O Menino que Matou Meus Pais', que estreiam em abril de 2020. "Achei que meus amigos e família teriam reação parecida, mas eles entenderam a dimensão do projeto. Sair de 'Malhação' e pegar um papel de protagonista", completa o ator de 25 anos, que está no ar em 'Segunda Chamada', série da Globo.

VOCÊ DECIDE

Cada filme conta a perspectiva do crime pelo até então casal de namorados Suzane Von Richthofen (Carla Diaz) e Daniel Cravinhos. Em 'A Menina que Matou os Pais' é Daniel narrando a versão dele sobre os fatos. Já em 'O Menino que Matou Meus Pais' é a vez de Suzane contar o ponto de vista dela. "Como são duas versões diferentes, em uma você defende um e no outro o culpa. Legalmente, já foi dada uma resposta pela Justiça. O que o filme faz é mostrar a versão de cada um, e o público decide 'o melhor' delas. Não existe apenas uma verdade, mas várias versões. Deixamos para o público escolher a mais plausível. Não cabe a gente dizer qual é a verdade", destaca.

Leonardo Bittencourt conta que, para não criar uma ficção fantasiosa no longa, a produção estudou os depoimentos de Suzane e Daniel. "São de domínio público (os depoimentos). Todo filme é baseado no que foi dito por eles", reforça o ator manauara. "O longa mostra desde quando eles se conheceram até o dia do crime. Tudo narrado por eles quatro anos depois do assassinato. De todas as formas, protagonizamos os dois filmes, com a diferença de que cada um conta a situação na sua versão. Acabávamos de fazer uma cena, logo em seguida fazíamos a mesma sequência na outra versão", explica.

 

Por trás das câmeras
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A exibição dos filmes, segundo Leonardo, também deve ganhar um esquema especial. "Devem ser sessões alternadas. A primeira da Suzane e a seguinte, do Daniel. É uma forma inédita de exibição, então muitos detalhes ainda estão sendo estudados", pondera Bittencourt. "Foi um belo trabalho. Todo mundo bem concentrado em contar essa história de maneira responsável. Sabemos da gravidade do crime e não era da vontade de ninguém colocar glamour no caso", reforça.
Além de Carla Diaz, Bittencourt contracena com Allan Souza Lima, que vive o Christian Cravinhos, irmão mais velho de Daniel. Para dar o tom de intimidade entre irmãos, os atores fizeram um pedido à produção. "Optamos por dividir um apartamento, em vez de ficarmos em quartos de hotel. E fez toda diferença no processo. Atuar não é uma matemática, não tem um caminho correto para chegar no resultado. Foi interessante trabalhar com os dois, ele (Allan) é de total entrega, imersão e diferente da maioria dos outros atores. A Carla tem muita experiência e domínio das coisas nos mínimos detalhes. Aprendi com todos", comemora.
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