Diogo Nogueira - Divulgação/Guto Costa
Diogo NogueiraDivulgação/Guto Costa
Por RICARDO SCHOTT

Rio - Diogo Nogueira, hoje, é um artista independente - seu novo EP, 'Meu Instinto', é seu primeiro lançamento a sair sem o apoio de uma gravadora. Mas o sambista ressalta que artisticamente, ele sempre comandou as rédeas de seu próprio trabalho.

"Nunca tive intervenção de gravadora no meu trabalho, sempre confiaram em mim e nas minhas escolhas. O que aconteceu no último ano é que resolvi lançar alguns projetos especiais, singles, e resolvi produzir tudo junto com o meu escritório, sem precisar do suporte de uma gravadora", conta Diogo. "Estou tendo mais agilidade nas decisões, no calendário do ano, e graças a Deus tudo vem dando certo. Estou vivendo um momento diferente, apenas isso, com mais autonomia".

O repertório do disco inclui só quatro músicas. A romântica 'Meu Instinto' já foi lançada como single. Já 'Forte Leão de Judá' fala de religiosidade, como acontece em muitas músicas de Diogo. "Falar de fé, da luta, das vitórias nossas de cada dia, sempre foram temas que estiveram nas canções que gravei, desde o inicio da minha carreira. E ainda mais nesse momento de tanta intolerância e de incitação ao ódio, falar de fé e de amor é um ato necessário", afirma o sambista.

Lançado com um DVD ao vivo e vindo de uma geração que se acostumou ao formato álbum, Diogo retorna com novo lançamento numa época em que as pessoas ouvem discos cada vez mais curtos. "Estamos vivendo um novo momento na música, na forma como se consome, se produz e se lançam canções. Estou atento a isso e tem sido ótima a oportunidade de lançar singles e ir trabalhando com lançamentos constantes", conta ele, que lança novo single ainda ese mês, em parceria com Mahmundi, 'Coisa Boa'. "Em dezembro lanço um novo álbum, com o show gravado em Porto Alegre. E no início do ano que vem a gente grava o DVD 'Samba de Rua'", conta.

Sem comparações

No começo da carreira, fim da década passada, Diogo era costumeiramente comparado a seu pai, João Nogueira. Diogo, que faz um som bem mais romântico que o de seu pai, diz já ter ganhado espaço próprio com o tempo. "As comparações eram inevitáveis", recorda ele. "Mas já tem tempo que conquistei meu espaço e as pessoas me respeitam pelo que sou e pela carreira que construí. E também está guardada no mais alto pódio a rica e maravilhosa história do João Nogueira, que tanto me inspira até hoje".

Samba

Muitos artistas, mesmo vindo de outros estilos musicais, acabam se aproximando do samba - caso de Ludmilla, que comandou uma roda de samba recentemente, e de Erasmo Carlos, que lança um EP de samba ainda este mês. "O samba é o grande aglutinador, desde sempre. Fico feliz em ver novas gerações surgindo, artistas cantando samba e ver o samba ciclicamente se renovando e se mantendo vivo, mesmo com as imposições dos modismos definidos por rádios e por parte da mídia", diz.

João

Em 2020, completam-se 20 anos sem João Nogueira. Diogo anuncia que virão por aí um livro sobre ele, uma homenagem especial com eventos do Clube do Samba (criado por João) e um filme sobre sua vida - que não será um documentário. "Esses 20 anos são motivo de exaltar a sua obra, sua arte, tão fundamental na minha formação e de tantos outros sambistas", anuncia.

Show
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Hoje, véspera de feriado, às 22h, tem Diogo Nogueira no Morro da Urca, celebrando 107 anos do Bondinho Pão de Açúcar. O cantor divide o palco com Alcione, que também faz um show completo na data. Será que rola um dueto entre os dois? "A gente não combinou nada para o Morro da Urca, mas basta Alcione estar comigo que a gente inventa um dueto", diz.
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