Marjorie Estiano é um dos destaques da série 'Noturnos', que será lançada em 2020
 - Globo/Raquel Cunha
Marjorie Estiano é um dos destaques da série 'Noturnos', que será lançada em 2020 Globo/Raquel Cunha
Por Gabriel Sobreira

Rio - A obra de Vinicius de Moraes será revisitada em 'Noturnos', nova série do Canal Brasil, que estreia no primeiro semestre de 2020. A produção mostrará poemas e contos do poeta adaptados em um gênero que muitos não o relacionam: o terror.

Como ponto de partida fragmentos de contos curtos de Vinicius, como 'Balada do Morto Vivo', 'O Mágico', 'Operário em Construção', 'Conto Carioca', 'Conto Rápido', 'A Grande Voz' e 'O Incriado'. Marjorie Estiano, Ícaro Silva, Rafael Losso, Andrea Marquee e Vaneza Oliveira estão no elenco. Na série, eles são os atores de uma companhia teatral que estão presos no teatro por causa de uma tempestade que inundou a cidade. Tempo vai, tempo vem, eles trocam experiências e histórias que fazem referência a vários subgêneros dentro do terror, do gore ao psicológico.

"Quando a Fábrica (produtora) nos convidou para adaptar os sete textos do Vinicius (de Moraes) que eles tinham em mãos como uma série de horror, achamos que a tarefa seria impossível, considerando o universo poético do Vinicius com o qual tínhamos tido mais contato até então. Ao ler esses textos dele não tão conhecidos, no entanto, ficamos animados para tentar pensar que tipo de série poderia sair dali", contam os diretores Marco Dutra e Caetano Gotardo.

VÁRIAS ÉPOCAS E LOCAIS

Os cenários variam desde o Rio de Janeiro dos anos 1960, um condomínio de luxo em construção, um vilarejo ribeirinho no meio da Amazônia e uma igreja evangélica numa favela carioca nos dias de hoje, até uma casa grande no distrito dos diamantes na Minas Gerais do século 18 e uma cidade do interior paulista nos anos 1990. Cada episódio narra uma história independente e completa, adaptada livremente com personagens e a narrativa interligadas.

Segundo Dutra, a ideia de histórias muito diferentes entre si contadas por narradores diversos — estrutura muito recorrente em narrativas clássicas do terror — abriu o caminho para a descoberta do formato da série. "Um dos maiores desafios foi encontrar a unidade e o fio da meada entre textos tão distintos. Tentamos entender que tipo de subgênero fantástico cada texto sugeria: uma história de fantasma, uma ficção científica, uma narrativa de fanatismo, uma alegoria política e assim por diante", esclarece Gotardo. "Definidas as coordenadas, convidamos para a escrita e para a direção artistas que pudessem contribuir ativamente com o universo fantástico da série", acrescenta.

Criado e dirigido pela dupla Marco Dutra e Caetano Gotardo, e com ideia original de Renato Fagundes, a minissérie tem seis episódios, cada um com 35 minutos, comandados por diferentes diretores convidados, todos da nova geração do terror nacional.

 

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