Ricardo Boechat morreu em queda de helicóptero  - Reprodução de TV
Ricardo Boechat morreu em queda de helicóptero Reprodução de TV
Por RICARDO SCHOTT
Rio - Dez meses depois do acidente aéreo que matou Ricardo Boechat, os jornalistas e radialistasEduardo Barão e Pablo Fernandez reúnem 100 histórias a respeito do âncora da Band News no livro 'Eu Sou Ricardo Boechat' (Panda Books), que ganha lançamento no Rio nesta quarta-feira, às 19h, na Livraria da Travessa do Leblon.
Barão e Fernandez, além de amigos e colegas de profissão, conviviam diariamente com o personagem do livro na Band News. Barão é âncora da emissora e Fernandez é coordenador da redação e editor da manhã na estação. Também era parceiro de Boechat na coluna que ele mantinha na 'IstoÉ'.
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"Convivíamos muito também na vida pessoal. Foi um presente que eu ganhei, trabalhar com ele não apenas na rádio como na coluna", explica Fernandez, que começou a fazer o livro com Barão cinco meses após a tragédia. E conta que a ideia original da dupla, bem antes da morte do radialista, era escrever algo sobre a história do rádio.
"O Barão pensava nisso e chegou a comentar com o Boechat. O Boechat até reclamava: 'Não vou fazer prefácio nem orelha, hein?'. Porque ele dizia que tinha dificuldade para escrever", brinca. Passados os tais cinco meses, Barão teve a ideia de reunir histórias de Ricardo e convidou o parceiro. "Não foi fácil de fazer, foi doloroso, porque o processo nos machucou. Muitas histórias faziam com que a gente lembrasse de uma época em que as coisas corriam normalmente", diz Fernandez.
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Escrever sobre o dia da morte (11 de fevereiro) foi outra tarefa duríssima. "Chorei do começo ao fim ao escrever. O Barão estava na rádio, narrando. Foi um dia que não era para ter acontecido", conta.
Fernandez diz que muita gente vai descobrir lados pouco conhecidos do jornalista com 'Eu Sou Ricardo Boechat'. Em várias ocasiões, Boechat deu seu próprio telefone no ar, na Band News, para que as pessoas ligassem, o que facilitava o contato com seus ouvintes. E o levava a ter mais conversas com eles.
"A Veruska (viúva), levou um susto quando foi falar com o gerente do banco em que o Boechat tinha conta, após a morte dele. Descobriu que ele pagava vários planos de saúde, faculdade, remédios de pessoas. Ele ajudava muita gente. A maioria dessas contas era de pessoas que ele conhecia na rua", relata Fernandez.