Fábio Porchat critica decisão da Justiça, que proibiu Leo Lins de fazer piadas com minoriasReprodução Internet

Rio - O humorista Leo Lins foi proibido pela Justiça de fazer piadas com minorias, incluindo pessoas com deficiência. A decisão atende a um pedido do Ministério Público de São Paulo, que alegou que o comediante estaria "reproduzindo discursos e posicionamentos que hoje são repudiados" ao fazer piadas sobre religião e pessoas com deficiência, entre outros assuntos. Ao ficar ciente da decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), Fábio Pochat disse que a sentença é "uma vergonha".  
Além da proibição, o TJ-SP ainda determinou que Leo Lins apague de seu canal no YouTube um vídeo publicado no final do ano passado e que tem mais de três milhões de visualizações. Fábio Porchat compartilhou no Twitter uma matéria sobre o assunto e disparou: "Isso aqui é uma vergonha. Inaceitável". 
Os internautas, então, detonaram o posicionamento de Fábio Porchat. "Achei foi pouco. Piada com minorias nos dias em que vivemos não dá pra aturar mais. É sempre um hétero branco defendendo essas coisas. Achei bem feito! Cadê aquele seu discurso sobre 'não precisamos rir das minorias'? Foi pra parecer legal? Decepção, Fabio", disse uma pessoa no Twitter. 
"O ano é 2023. Tem piada que hoje em dia é inaceitável. Dá pra ser engraçado sem ofender ninguém. A ofensa e o palavrão são muletas fáceis para humoristas ou comediantes sem talento, apelativos", comentou outro usuário. Um internauta resgatou um vídeo antigo em que Porchat critica piadas com minorias. "Tua cara nem treme né?", perguntou o rapaz ao repostar o vídeo.
Nesta quarta-feira, Porchat voltou ao Twitter para defender a sua opinião. "Não gosta de uma piada? Não consuma essa piada. Se a piada não incitou o ódio e a violência ela é só uma piada. Tem piada de todos os tipos, de pum e de trocadilho, ácida e bobinha. Tem piada de mau gosto? Tem também. Tem piada agressiva? Opa. Mas aí é só não assistir. Quem foi lá assistir ao @LeoLins adorou. Riram muito. Quem não gostou das piadas são os que não foram. Pronto, assim que tem que ser", iniciou. 
"Ah, mas faz piada com minorias… E qual o problema legal? Nenhum. Dentro da lei pode-se fazer piada com tudo tudo tudo. Não gostar de uma piada não te dá o direito de impedir ela de existir. Ainda mais previamente. Impedir o comediante de pensar uma piada é loucura. Mesmo que você não goste desse comediante, mesmo que você despreze tudo o que ele diz, ele tem o direito de dizer. Ele tem o direito de ofender. Não existe censura do bem. Se cada pessoa que se ofender com uma piada resolver tirar ela do ar não sobra um Joãozinho, um papagaio, um argentino", continuou.
"Pra mim democracia não é um regime pra você defender as suas ideias, mas pra quem você não concorda poder defender as delas. Não confundam 'não gosto dele' com 'ele não pode falar'. Não entrem nessa conversa com a emoção, entrem com a razão", finalizou.