Fala de Hayao Miyazaki, diretor do Studio Ghibli, foi usada para debater limites da IAAFP / Reprodução X
Com novo recurso do ChatGPT, web resgata vídeo do diretor do Studio Ghibli sobre IA: 'Insulto'
Imagens geradas no estilo do estúdio japonês viralizaram nas redes sociais ao longo da semana
Rio - A OpenAI, empresa responsável pelo Chat GPT, lançou um novo recurso de geração de imagens por inteligência artificial que viralizou ao longo da semana. Internautas usaram o programa para recriar situações e memes no estilo do Studio Ghibli, renomado estúdio japonês de animações como “A Viagem de Chihiro”, “Meu Amigo Totoro”, “O Menino e a Garça” e mais, e compartilhando os resultados nas redes sociais.
O avanço tecnológico, e a explosão de imagens geradas no estilo dos animes, reacenderam o debate sobre os limites da inteligência artificial e direitos autorais. Foi então que fãs do Studio Ghibli resgataram um vídeo de Hayao Miyazaki, diretor do estúdio, onde, em 2016, ele expressou desgosto ao ser apresentado a um modelo 3D de zumbis rastejantes.
Nas imagens, compartilhadas para criticar até que ponto a IA é considerada ética, Miyazaki acha o programa utilizado desrespeitoso com pessoas com deficiência pelos movimentos que foram criados. “Quem criou essa coisa não tem ideia do que é a dor ou qualquer coisa. Estou totalmente enojado. Se você realmente quer fazer coisas assustadoras, pode ir fundo e fazer. Eu nunca desejaria, de forma alguma, incorporar essa tecnologia no meu trabalho. Realmente sinto que isso é um insulto à vida por si só”, dispara o diretor no vídeo.
Nas redes sociais, internautas utilizaram o trecho da gravação para opinar sobre o avanço da inteligência artificial. “Já que esse lixo total está na moda, deveríamos dar uma olhada no que Hayao Miyazaki, o fundador do Studio Ghibli, disse sobre arte criada por máquinas”, disse um perfil no X, antigo Twitter.
“Toda essa tendência de IA do Studio Ghibli honestamente me dá um constrangimento de segunda mão, sabendo o quanto Hayao Miyazaki lutou para manter a identidade de seus filmes e quantos de vocês estão dispostos a fazer uma farsa com décadas de arte porque na verdade não a valorizam”, disparou outro. “Esse traço foi roubado de Hayao Miyazaki, criador humano dessas artes impecáveis”, apontou um terceiro.
Viralizada nas redes sociais, a geração de imagens no estilo do Studio Ghibli foi encorajada, indiretamente, pelo próprio CEO da OpenAI, Sam Altman, que trocou sua foto de perfil para um retrato seu no estilo Ghibli. Para ele, o atual recurso do ChatGPT se trata de “um novo marco para nós ao permitir liberdade criativa”.
Devido aos inúmeros acessos, Altman revelou, nesta quinta-feira (27), que a atualização precisou ser retirada do ar para a correção de erros. “É super divertido ver as pessoas adorando imagens no ChatGPT. Mas nossas GPUs estão derretendo. Vamos introduzir temporariamente alguns limites de taxa enquanto trabalhamos para torná-lo mais eficiente. Espero que não demore muito!”, escreveu.
O recurso, no entanto, não demorou a voltar, já que os erros foram corrigidos e a empresa anunciou seu retorno nesta sexta-feira (28) para usuários pagantes. “Usuários gratuitos o verão nas próximas semanas”, afirmou a OpenAI.
Até o momento, o Studio Ghibli ou Hayao Miyazaki não se pronunciaram sobre a nova ferramenta do ChatGPT e as criações de imagens no estilo do estúdio japonês.
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