Suzana Pires Gustavo Nogueira / Divulgação
Rio - Suzana Pires, de 48 anos, se entregou de corpo e alma para o filme "Câncer com Ascendente em Virgem", em cartaz nos cinemas. Prova disso é que a atriz raspou a cabeça e recorreu a experiências pessoais para interpretar Clara, uma professora de matemática que bomba como influencer educacional em seu canal na internet, diagnosticada com câncer de mama. Se despir da vaidade em prol da arte "parecia impossível" para a artista. Contudo, a experiência foi transformadora.
"A medida que fomos escrevendo e fui mergulhando na história, não me restou nenhuma dúvida de que eu estava pronta para essa entrega. No fim das contas, adorei a experiência de raspar a cabeça, de doar meu corpo e alma para o filme. E estou adorando o cabelo curtinho", dispara Pires.
A trama é inspirada na história real de Clélia Bessa, produtora do filme, que durante o tratamento que a curou de um câncer de mama em 2008 lançou o blog "Estou com Câncer, e Daí?". E enquanto Suzana escrevia o roteiro do filme, o pai dela, João Felippe Pires, lutava contra um câncer no pulmão.
"Foi difícil lidar com a realidade do diagnóstico do meu pai, que é o melhor pai que eu poderia ter. Uma pessoa incrível que vem me mostrando o que é resiliência e firmeza. Na ficção eu pude trazer toda essa experiência de amor e dor que acontece quando o câncer entra numa família", afirma.
Ao longo do filme, Clara recebe o apoio da mãe, Leda (Marieta), da filha adolescente, Alice (Nathalia Costa), e das amigas, a medida que aprende a lidar com a vulnerabilidade da vida em busca a cura. A personagem, inclusive, trouxe vários ensinamentos para Suzana.
"Precisei acessar lugares emocionais que eu desconhecia, como: ser mãe de adolescente, conviver com limitações da doença, mas eu me entreguei de maneira completa e sai modificada sim. Hoje entendo a vida com mais alegria; inclusive as partes desafiadoras. A Clara me inspirou e tem inspirado o público a viver melhor", cita a artista.
Como o câncer é uma realidade que atinge muitas mulheres no Brasil, especialmente o de mama, a artista garante que se cuida e realiza exames periódicos. "Faço mamografia e ressonância todo ano, além do auto exame. Inclusive, foi num auto exame que descobri que meu silicone tinha encapsulado e logo após o filme fiz a cirurgia para a retirada", lembra.
Trabalhos nas telinhas e telonas
Bacharel em Filosofia pela PUC-RJ e formada em Showrunner Drama Series na Media Exchange, em Los Angeles, Suzana tem três décadas de carreira como atriz e duas como autora. Ela integrou inúmeras novelas, como "Agora É que São Elas" (2003), "Paraíso Tropical" (2007), "Malhação" (2008), "Araguaia" (2010), "Fina Estampa" (2011), "Gabriela" (2013), "A Regra do Jogo" (2015) e "Bom Sucesso" (2019), além de séries e peças de teatro.
Nas telonas, brilhou em "Mulheres do Brasil" (2006), "A Grande Vitória" (2014), "Loucas pra Casar" (2015) e "De Perto Ela Não É Normal" (2020). Experiente, a atriz e roteirista entrega que tem o desejo de escrever tramas para o Brasil. "Com certeza! Tenho algumas produções de filmes já escritas e estou aberta. A experiência internacional com a experiência nacional pode deixar tudo ainda mais interessante", diz ela, que adianta seus planos profissionais.
"Tenho dois projetos de filme para esse ano e o próximo que sai aqui no Brasil. Todo meu trabalho em Los Angeles é com o objetivo de sedimentar a presença brasileira nas salas de roteiro de produtos globais e também para criação de pontes entre propriedades intelectuais brasileiras e o mercado global".
Vida em Los Angeles
Há três anos, a artista se divide entre a vida em Los Angeles, nos Estados Unidos, e no Rio de Janeiro, no Brasil. "De vez, eu não pretendo ficar em lugar algum porque eu amo os movimentos da vida. Desafio maior é a comida que é muito apimentada, mas agora já encontrei meus alimentos e o mercado certo. Profissionalmente, o primeiro desafio foi aceitar voltar de 'head' de criação para colaboradora de roteiro, mas era o certo a fazer. Então, foram três anos refazendo passos que no Brasil eu já tinha trilhado. Foi ótimo. Eu não precisava mais decidir, não tinha a última palavra e isso me fez voltar a aprender. Hoje, eu estou como co-executive producer que é o co-head que é onde pretendo permanecer", comenta.
Suzana ainda comanda a produtora Spiritus Entertainment, que tem a missão de facilitar a produção de conteúdos brasileiros no mercado internacional. Além disso, também será showrunner da versão brasileira da série "Charlie's Angels", para a Sony Studios, focada no público pré-adolescente. "Abracei a ideia, imediatamente".
'Sinto felicidade'
Criadora do Instituto "Dona de Si", com o objetivo de impulsionar talentos femininos e aumentar o número de mulheres líderes, em todos os setores da economia brasileira, Suzana revela como se sente em fazer parte da vida de tantas mulheres. "Hoje, depois de 5 anos, posso te afirmar que começo a ter noção do tamanho disso tudo. Mais de 5 mil mulheres já passaram pela nossa formação e seguem na rede dona de si, em todo lugar alguma mulher vem falar comigo sobre como a vida mudou. A consequência é que eu não trabalho mais só por mim. Eu realizo tudo para fazer espaço para outras mulheres de talento. Cada célula minha está feliz ! Sinto felicidade", pontua.
Rotina de beleza e elogios
A artista diz que se emociona com os inúmeros elogios que recebe nas redes sociais. "Eu agradeço muito todo e qualquer elogio que recebo, seja pela atuação, escrita, beleza, boa forma… eu recebo, acolho e agradeço. E tudo vem com tanto carinho que fico bem emocionada. Acho que ao longo desses anos, consegui comunicar ao público que estarei sempre trabalhando para entretê-los com o máximo de qualidade possível", frisa ela, que entrega sua rotina de cuidados com a saúde física e mental.
"Minha saúde mental é a base da minha existência. Sem saúde emocional a gente não consegue realizar nossos sonhos; sejam eles quais forem. A base da minha crença numa vida plena e próxima da felicidade é no cuidado mental. Eu faço terapia, meditação e colagem. E exercício físico todo dia. Vou me arrastando, mas vou. Me faz muito bem", destaca.
"Minha saúde mental é a base da minha existência. Sem saúde emocional a gente não consegue realizar nossos sonhos; sejam eles quais forem. A base da minha crença numa vida plena e próxima da felicidade é no cuidado mental. Eu faço terapia, meditação e colagem. E exercício físico todo dia. Vou me arrastando, mas vou. Me faz muito bem", destaca.
