Claudia WerneckDivulgação

Rio - A jornalista, ativista e escritora Claudia Werneck lança o novo livro, "Tia Zilda – Histórias de Inclusão", nesta sexta-feira (11), na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, na Cinelândia. A obra aborda diversidade e promove reflexões que envolvem o mundo digital durante e depois da Covid-19, na perspectiva da educação e da cultura inclusiva. 
"O livro resume todo o meu pensamento sobre inclusão nos últimos 25 anos, relacionado aos temas infância, tecnologia, participação social, comunicação, cultura, trabalho e direitos humanos, por exemplo. Por que Tia Zilda? Bem, Tia Zilda existiu. Era uma tia amorosa e generosa, mas que me fragmentou internamente quando eu era criança, sem querer, gerando em mim uma busca de pertencimento infinita. Acredito que foi essa busca que me levou a ser a ativista pela inclusão que sou hoje. Por isso o livro é uma homenagem a ela, assim como o primeiro artigo, no qual conto essa história", destaca a autora.
A criação reúne uma coletânea diversificada de contos, crônicas e artigos já publicados em jornais, revistas e publicações especializadas. O livro ainda tem três prefácios - textos introdutórios - escritos por convidados para contextualizar a história do livro, assinados pela ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara; a crítica literária Sheila Kaplan; e o jurista e professor Diego Werneck Arguelhes, filho da autora.
"Para minha surpresa, há um ano li em um jornal que a ministra Sonia Guajajara considerava um dos meus livros, 'Ninguém mais vai ser bonzinho', na sociedade inclusiva, sua obra preferida. Ela tem formação em educação especial. Nos aproximamos depois disso e pedi que escrevesse o prefácio deste livro. O segundo prefácio é de Sheila Kaplan, minha amiga desde o vestibular na ECO/UFRJ, e alguém que admiro profundamente. O terceiro foi escrito pelo meu filho mais velho, Diego, que sempre revisou meus textos desde os 15 anos. Curiosamente, nenhum dos meus livros anteriores teve mais de um prefácio, apenas o primeiro, em 1992", revela Claudia.
"Tia Zilda – Histórias de Inclusão" será lançado em nove formatos acessíveis, incluindo impressão em tinta, PDF, TXT, DOC, e-book acessível, vídeo com Libras e legenda, audiobook, audiobook com audiodescrição e vídeo em linguagem simples. Todos os formatos estarão disponíveis gratuitamente no aplicativo "VEM CA", da Escola de Gente, e nas plataformas digitais da instituição. O livro também será distribuído gratuitamente para estudantes de Ensino Médio Educação de Jovens e Adultos (EJA), além de bibliotecas públicas. 
"Não existe para mim a hipótese de escrever um livro que não contemple todas as formas humanas de acessar informação. Com este livro, criamos um formato inédito: o vídeo com Libras e legenda em linguagem simples, um produto dificílimo de ser realizado, pois exige a validação de pessoas com deficiência intelectual. Não conheço outro livro publicado nem no Brasil nem no mundo com nove formatos acessíveis", destaca Claudia.
O retorno à escrita literária
Autora de 14 livros publicados em português, inglês e espanhol, com mais de 500 mil exemplares vendidos, entre eles clássicos como "Quem cabe no seu todos?", "Ninguém mais vai ser bonzinho" e "Um amigo diferente?", Claudia Werneck retorna à literatura após uma década.
"Eu me afastei dos livros por conta da minha dedicação à Escola de Gente, que tem mais de 100 premiações e reconhecimentos nacionais e internacionais. Por ser uma ONG apartidária e independente, garantir sua sustentabilidade sempre foi um desafio. Por isso, estou felicíssima de ter conseguido voltar a escrever e criar um livro que considero tão fascinante", explica.
Referência em inclusão e acessibilidade do Brasil, a fundadora da Escola de Gente - Comunicação em Inclusão tem uma trajetória é marcada por lutar pela democratização da comunicação.
"Os maiores desafios são sempre manter a dignidade da causa e da instituição. Quando se defende um grupo de pessoas excluídas por barreiras de comunicação, sentimos as mesmas dificuldades dessas pessoas. Trabalhamos para transformar políticas públicas em políticas públicas inclusivas, para que pessoas com e sem deficiência, especialmente aquelas vivendo em regiões empobrecidas, tenham seus direitos humanos garantidos desde a infância", conclui a autora.